Ao conversar com a imprensa, Beto Mansur disse que apesar do bom trabalho realizado por Cunha no cargo, o andamento da Casa e as votações na Câmara não podem mais continuar paradas até que se conclua o processo no Conselho de Ética que pede a cassação do deputado afastado por quebra de decoro parlamentar, sob acusação de ter mentido sobre a existência de contas no exterior, na CPI da Petrobras.
"O que eu estou defendendo é que na próxima terça-feira (5) vai fazer 60 dias que o presidente Eduardo cunha foi afastado da direção da Câmara dos Deputados. Eu acho que chegou a hora para que ele reflita nesse fim-de-semana e renuncie. Ele deve se defender, ele tem todo o direito de se defender na CCJ, no Conselho de ética, se defender no Plenário. Isso ai é uma questão que é dele, ele que tem de se defender. Agora, nós precisamos iniciar esse processo eleitoral, e de que maneira se inicia? Com a renúncia do presidente Eduardo Cunha da função."
Atualmente, o presidente em exercício da Câmara é o 1º vice-presidente, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), mas as sessões em Plenário estão sendo conduzidas pelo 2º vice-presidente, deputado Giacobo (PR-PR). De acordo com o deputado Mansur, que tem sido responsável pelos serviços administrativos, a condução da Câmara está dividida, o que para o parlamentar não é positivo. Mansur defende que é preciso um presidente eleito por todos.
"Nós estamos com uma administração tripartite, vamos dizer assim, eu o Maranhão e o Giacobo. Não dá certo isso, porque você precisa ter na casa um presidente que seja efetivo, eleito pelo plenário da casa, e que possa governar a casa até esse período que se encerra dia 31 de janeiro."
Para Beto Mansur, a Câmara não pode contar se haverá a cassação de Cunha, o que seria mais imediato do que pedir sua renúncia, pois o processo ainda pode passar por novos adiamentos e novos prazos, como aconteceu no Conselho de Ética.
"Tem muita coisa pra gente votar, que nós não podemos ficar dependendo do calendário do deputado Eduardo Cunha. É isso que eu estou defendendo. É uma questão, ele se defender, aonde for, é um direito que ele tem. Agora, eu não quero ficar discutindo esse calendário, eu quero ter uma eleição para presidente o mais rápido possível, é isso que eu defendo."
Através de suas redes sociais, o deputado afastado Eduardo Cunha, disse não ter porta-voz e reafirmou que não vai renunciar.
Eu sempre falei diretamente as minhas posicoes e nunca me utilizei de porta voz.E mais uma vez reafirmo que nao irei renunciar
— DeputadoEduardoCunha (@DepEduardoCunha) 30 de junho de 2016