De acordo com Gleisi Hoffmann, o Mercosul, bloco que reúne o Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela e Bolívia, sempre esteve ameaçado por conta de ações políticas conservadoras, e que sua criação só foi possível com a reafirmação da democracia no continente, na década de 1980, quando os países passaram a se enxergar como aliados e sócios.
"Eu acredito firmemente que a integração regional e o Mercosul estão atualmente em risco. Na realidade, a nossa integração regional é um velho sonho, que sempre esteve ameaçado por fatores econômicos desestruturantes e por forças políticas conservadoras, que nunca acreditaram realmente no processo de integração, e preferiram apostar em políticas externas, que apontavam para a subalternidade estratégica frente a grandes potencias."
A senadora lamentou as declarações dadas pelo ministro interino das Relações Exteriores, José Serra sobre a revisão da Tarifa Comum do Mercosul. Para a senadora, a medida transformaria o atual mercado comum em uma mera área de livre comércio.
Gleisi ressaltou, que o que une os países do Mercosul é o anseio de criar direitos e protegê-los.
"Promover a justiça social, criar oportunidades para nossas cidadãs e nossos cidadãos e melhorar a vida de todos. O que nos une de verdade não é o comércio. Não são as finanças. O que nos une de verdade é a democracia e o desejo de aprofundá-la com políticas progressistas e uma cidadania comum, plena de direitos políticos, sociais e econômicos."
Gleisi Hoffmann ainda criticou a tentativa do governo de evitar que a Venezuela assuma a presidência do Parlamento do Mercosul (Parlasul) no dia 31 de julho.
A senadora também se colocou contra a outras ações do governo interino de Temer, como, por exemplo, o teto estabelecido de gastos públicos nos próximos 20 anos.
Para Gleisi, o objetivo da política conservadora de Temer é revogar direitos trabalhistas, em prejuízo das camadas mais pobres da população, que dependem da oferta de serviços públicos gratuitos.