'Se Pyongyang não existisse, EUA inventariam outra coisa para conter a Rússia'

© AFP 2023 / JUNG YEON-JESoldados sul-coreanos e norte-americanos durante exercícios conjuntos na cidade de Pohang, Coreia do Sul, 6 de julho de 2016
Soldados sul-coreanos e norte-americanos durante exercícios conjuntos na cidade de Pohang, Coreia do Sul, 6 de julho de 2016 - Sputnik Brasil
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Segundo o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Yun Byung-se, a decisão de instalar o sistema THAAD está relacionado exclusivamente com o reforço do poder nuclear da Coreia do Norte.

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Entretanto, na opinião do chefe do Centro de Estudos Coreanos do Instituto de Extremo Oriente (Academia de Ciências da Rússia), Aleksandr Zhebin, o sistema de defesa antimíssil na Coreia do Sul e os testes nucleares no Norte não estão relacionados de modo nenhum.

"A instalação do sistema de defesa antimíssil no território de Coreia do Sul foi elaborado por norte-americanos tendo em conta o seu projeto global em relação à Rússia e à China – neutralizar os meios nucleares de contenção destes dois países. A Coreia do Norte tornou-se um pretexto conveniente que justifica a instalação do sistema de defesa antimíssil. Se não existisse a Coreia do Norte os norte-americanos inventariam algo mais, como a atual situação na Europa prova bem. Ali por muito tempo o pretexto principal para instalar este sistema foi o programa nuclear iraniano. Quando, afinal de contas, o assunto iraniano foi fechado, os norte-americanos continuaram a realizar os seus planos", disse Zhebin.

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Na opinião do especialista, a alternativa para a Rússia hoje são a Coreia do Norte com armas nucleares na fronteira russa ou tropas americanas com armas nucleares e sistema de defesa antimíssil.

"É preciso ponderar o que é melhor para a Rússia. Na minha opinião, a primeira variante é melhor para a segurança da Rússia do que a presença <…> da DAM norte-americana. Isso acontecerá, sem dúvida, caso a Coreia seja reunificada sob as condições dos EUA e da Coreia do Sul", disse.

Zhebin frisou que a estrutura militar da OTAN na Europa já está perigosamente perto da fronteira russa. A mesma coisa acontecerá na Ásia se o colapso da Coreia do Norte ocorrer.

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A hipótese de instalação de sistema DAM provoca preocupações na sociedade, porque coloca a questão dos danos em caso de um conflito armado. O especialista russo disse que a Coreia do Sul também compreende a situação.

"Os sul-coreanos compreendem-no bem mas este país não tem plena soberania. São os generais norte-americanos que comandam as Forças Armadas da Coreia do Sul. E, em tempo de guerra, o comando das tropas sul-coreanas passa de modo automático não para o presidente da Coreia do Sul mas para os comandantes dos EUA deslocados na Coreia do Sul".

A elite sul-coreana não possui vontade política e não é capaz de agir de modo independente.

É pouco provável que o sonho norte-americano de unir as duas Coreias seja realizado no futuro próximo porque as ações dos EUA não levam ao diálogo pacífico mas geram ainda mais tensões na região.

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