O Relatório Chilcot também levanta outras perguntas mais interessantes – por que George W. Bush e o primeiro-ministro da Grã-Bretanha Tony Blair queriam tanto atacar o Iraque?
Será que a Primavera Árabe que começou mais tarde fazia parte do mesmo cenário geopolítico?
A agressão absolutamente ilegítima contra um país soberano é um crime contra a paz de acordo com as regras de Nuremberg que entraram no Direito Internacional depois da Segunda Guerra Mundial, disse numa entrevista à Sputnik o cientista político sérvio Aleksandar Pavic.
Quem cometeu o crime deve estar na prisão
É muito provável que depois de relatório Chilcot Tony Blair seja julgado, continua Pavic.
Mas o que fazer com o fato de a "democracia ocidental" já por muitas vezes ter cometido crimes contra a paz? "Será que o Iraque poderia apresentar uma demanda contra a Grã-Bretanha ao tribunal internacional depois de divulgação deste relatório?", duvida Pavic.
"A essência do relatório Chilcot é imputar toda a culpa a Tony Blair para desculpar toda a Grã-Bretanha", disse por seu lado o cientista político Dragomir Adnjelkovic.
Contudo, por quê?
A pergunta-chave, que apareceu depois do relatório Chilcot, é por que os americanos e britânicos queriam com tanta insistência fazer a guerra contra o Iraque, tinham tanta vontade que violaram o direito internacional e fizeram uso de mentiras?
Segundo Dragomir Adnjelkovic, já nos anos 90 o Pentágono queria instaurar o controle sobre as principais jazidas de petróleo e gás, ou pelo menos controlar as rotas de seu fornecimento até os consumidores.
"Mesmo neste contexto, é preciso estudar a campanha deles no Oriente Médio e no Norte de África”, disse o cientista político. “É preciso controlar a Síria porque ela fica na rota de um gasoduto potencial".
Foi mesmo por isso que foi necessário derrubar estes regimes, assinala o interlocutor da agência Sputnik.