Segundo ele, neste momento muita coisa vai depender das negociações entre a Rússia e a Turquia: se os dois países chegarem a um acordo, os rebeldes e seus mestres perderão a guerra.
"O presidente turco Erdogan planeja visitar Moscou em 9 de agosto. Antes da reunião entre ele e o presidente Putin já foi feita uma série de anúncios sobre projetos econômicos conjuntos e sobre a disposição de abrir a Turquia para os turistas russos", disse Matuzov, ex-diplomata e perito em estudos dos países árabes, em entrevista ao jornal Izvestia.
Matuzov explicou que a situação poderá levar ao fechamento da fronteira entre a Turquia e a Síria e, consequentemente, ao impedimento do fluxo de rebeldes e armas à Síria, que está sofrendo com a guerra. Se a fronteira fechar, a oposição e seus mestres americanos vão perder a guerra na Síria.
Este ponto de vista foi expresso por Bassam Abu Abdallah, diretor do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade de Damasco. Segundo ele, a Síria não aposta nas negociações em Genebra, mas sim na reaproximação entre a Rússia e a Turquia.
Bassam Abu Abdallah acha que a tentativa mal sucedida de golpe na Turquia obrigará Ancara a reavaliar os objetivos de sua política externa.
Ele destacou que os EUA foram acusados de serem os responsáveis pela tentativa de golpe. Washington também defende a divisão da Síria e criação da autonomia curda.
"Sendo que os pontos acima mencionados são inaceitáveis para a Turquia, o país vai procurar aproximação com a Rússia e Irã e pode tomar a decisão de fechar sua fronteira com a Síria, o que resultará em uma mudança drástica no equilíbrio de forças", concluiu.
A delegação governamental síria, bem como três grupos de oposição – Alto Comitê de Negociações com sede em Riad (ACN), Moscou-Cairo e Hmeymim – têm participado nas negociações de Genebra mediadas pela ONU para uma solução pacífica do conflito.
A última rodada de negociações teve lugar em Genebra em 13-27 de abril. A ACN saiu das negociações por motivo de continuação dos combates na Síria e da falta de progresso em relação a questões humanitárias.