Respondendo à questão sobre tal suspeita, Willy Wimmer disse que, segundo as informações que possui, a derrubada foi levada a cabo com a ajuda de dois aviões AWACS (Sistema Aéreo de Alerta e Controle — inglês: Airborne Warning and Control System), um dos EUA e outro da Arábia Saudita.
Uma aeronave como o bombardeiro russo não pode ser simplesmente derrubada: é necessária a determinação exata do alvo. Ora isso só pode ser feito por aviões AWACS.
De acordo com Wimmer, o avião americano partiu de Chipre. O outro decolou de uma base na Arábia Saudita. Em caso de interceptação, a OTAN tem as suas próprias regras. Normalmente, os órgãos da aviação civil estabelecem contato com o avião intruso. Eles chamam a atenção do piloto para a infração ou exigem que faça pousar o avião. Se isso não for suficiente, as estruturas militares intervêm. Em tempo de paz, o máximo que elas podem fazer é forçar o piloto a pousar. Ora, o que aconteceu neste incidente não corresponde às regras internacionais. Eles abateram o avião russo porque queriam derrubá-lo.
Wimmer pressupõe que, por trás desta derrubada, poderá estar alguém que quisesse destruir as relações entre a Rússia e a Turquia.
O jornalista da Sputnik lembrou que, inicialmente, o governo turco apoiou os pilotos, mas Wimmer sublinha que, politicamente, seria difícil dizer que tudo foi feito a pedido das autoridades turcas. Depois de tudo o que aconteceu até hoje, é mais fácil compreender algumas declarações de Erdogan.
Quanto à tentativa do golpe militar recentemente ocorrida na Turquia, Willy Wimmer também vê a mão dos EUA. "Na minha opinião, é perfeitamente compreensível que os Estados Unidos estejam colaborando com o exército turco. Portanto, é lógico que na Turquia tenha havido um golpe para não colocar em risco a política de Washington relativamente à Rússia.
Surge a questão sobre os motivos de Erdogan ao planejar visitar a Rússia logo depois do golpe. O especialista acredita que esta decisão foi tomada devido aos rumores de que Erdogan deve a sua vida às informações fornecidas pela Rússia. Obviamente, Erdogan quer primeiro visitar aqueles com quem pode colaborar e quem lhe salvou a vida, se isso for verdade.