Os analistas políticos de ambas as partes do Atlântico acham que isso poderá resfriar ainda mais o relacionamento ente os EUA e a Rússia logo depois do término da corrida presidencial, informou o site Gazeta.ru.
No final do mês passado, Donald Trump disse que iria considerar o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia e o levantamento das sanções impostas a Moscou. Alguns dias atrás, Trump sublinhou que o povo da Crimeia preferiu ficar com a Rússia e não com a Ucrânia.
Ele também recomendou que a Rússia ataque Hillary Clinton e divulgue seus e-mails pessoais.
"A Rússia, se está me ouvindo, espero que consiga encontrar os 30 mil e-mails que estão faltando", apelou Trump em uma coletiva de imprensa na Flórida se referindo claramente aos e-mails que Hillary Clinton tinha enviado ao Departamento de Estado.
As recentes declarações de Trump sobre hackers russos e a Crimeia coincidiram com a Convenção Nacional do Partido Democrata na Pensilvânia, onde Hillary Clinton foi nomeada candidata à presidência pelo Partido Democrata.
Tudo isso parece nem mais do que uma jogada de marketing – embora Trump não seja grande amigo da Rússia, ele compreende que as relações com Moscou são uma questão bem complicada.
Quanto a Hillary Clinton, ela poderá começar jogando "a carta antirrussa" para conseguir apoio dos liberais radicais e mesmo de alguns neoconservadores que não gostam de Trump. Enquanto parece que Trump está tentando restabelecer as relações de amizade com a Rússia, Hillary Clinton quer expressar sua visão contrária fomentando os sentimentos antirrussos.
"Agora Clinton está atraindo pessoas que querem voltar aos dias da Guerra Fria", explicou à publicação Mathew Barrows, analista-chefe do Conselho Atlântico em Washington. Ele acrescentou que a política de Clinton em relação à Rússia pode se tornar ainda mais dura e expressou a preocupação de que ela poderá autorizar o fornecimento de armas letais à Ucrânia.
Se olharmos o lado positivo disso, Hillary Clinton tem um forte meio para melhorar o relacionamento com a Rússia – através de seu marido Bill Clinton que tem relações de amizade com Vladimir Putin e vários representantes da elite política russa.
"Bill Clinton vai aparecer quando [Rússia e EUA] sentirem necessidade de relações informais entre eles", escreveu o site Gazeta.ru citando uma ex-personalidade oficial da Casa Branca.
Entretanto, Hillary Clinton continua liderando a corrida presidencial superando Donald Trump na pesquisa de Reuters/Ipsos divulgada no sábado, que mostrou que 40,5 por cento do eleitorado apoiam a democrata e 34,6 – o candidato republicano.