Especialistas russos comentaram à Sputnik a situação e partilharam seus pontos de vista sobre o possível futuro do país. Basicamente, as opiniões dividem dois grupos de posições contrárias, mas interligadas entre si.
Enquanto isso no Brasil…
O professor da faculdade de relações internacionais da Universidade Estatal de São Petersburgo, Viktor Heifets, admite que o milagre esperado por muitos não aconteceu e a decisão sobre o impeachment “de fato foi tomada” com antecedência, pois, segundo ele, as posições dos senadores vinham sendo formadas muito antes do momento da votação.
"Eu concordo que isso parece que foi golpe de Estado, mas por outro lado o procedimento foi realizado de forma impecável, não há nada para se agarrar", disse Heifets.
Outro entrevistado pela Sputnik, o chefe do Instituto de sociologia política Vyacheslav Smirnov disse:
"Não obstante a pressão, ela [Dilma] tentou [ultimamente] ativamente pôr em prática programas sociais e esse foi melhor resultado, ela trabalhou para diminuir a pobreza, para o avanço econômico do Brasil na conquista, por parte do Brasil, de espaço na política internacional como grande jogador".
Já no resto do mundo…
Em entrevista à Sputnik, o chefe do Instituto de sociologia política, Vyacheslav Smirnov, destacou que os Estados Unidos apoiam as ações do Senado brasileiro, que são baseadas na luta contra corrupção e que buscam o melhor para o Brasil.
Smirnov acha também que a decisão do Senado não poderia ter sido tomada sem a influência de uma terceira parte, os EUA.
"Possivelmente os americanos puseram sua mão [no impeachment], já que a saída de Rousseff causará a desordem do BRICS", disse.
O círculo interno e externo está se fechando. Além de enfrentar manifestações, insurgência política e a realidade latino-americana, o Brasil está cheio de problemas para resolver: de saúde, sociais e econômicos.
Seja como for, Michel Temer visitará a China para a cúpula do G20 como presidente do Brasil.