"Não vendemos nossos territórios, mas queremos muito encontrar uma resolução para este problema com os nossos amigos japoneses", declarou Putin em uma entrevista à agência Bloomberg.
O exemplo da China
Falando da Ilha de Tarabarov, no rio Amur, o líder russo assinalou que Moscou não entregou estes territórios a Pequim. As negociações continuaram durante quarenta anos.
Segundo ele, isto foi possível graças ao alto nível de confiança entre a China e a Rússia.
"E se conseguirmos o mesmo nível de confiança com o Japão, poderemos encontrar alguns compromissos", sublinhou o presidente russo.
A questão japonesa
Entretanto, Putin destacou as principais diferenças entre as negociações com China e o problema das Ilhas Curilas. De acordo com as palavras de Vladimir Putin, a questão japonesa surgiu como resultado da Segunda Guerra Mundial.
O líder russo lembrou que ainda em 1956 foi assinado um acordo que foi ratificado pelo Soviete Supremo da União Soviética e pelo parlamento japonês. Mais depois, sublinha Putin, Tóquio se recusou a cumprir o acordo, e logo depois a União Soviética também acabou por descartar o acordado.
Segundo ele, os lados concordaram em dinamizar os trabalhos, mas não se aproximaram de um acordo mais do que em 1956.
"Tenho a certeza de que quando formos reunir com o senhor Abe em Vladivostok, nós também discutiremos este assunto", sublinhou Putin, destacando que a resolução deste assunto tem que ser bem pensada e preparada.
"O problema do acordo de paz com o Japão é certamente fundamental", concluiu o líder russo.
A essência da disputa
O problema das Ilhas Curilas ensombrou durante muito tempo as relações entre a Rússia e o Japão. Tóquio pretende ter a posse das ilhas Iturup, Kunashir, Shikotan e Khabomai, se referindo ao Tratado de Shimoda sobre comércio e fronteiras assinado em 1855.
O Japão colocou a devolução das Ilhas como condição para o acordo de paz com a Rússia, que desde o fim da Segunda Guerra Mundial ainda não foi assinado.