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Marco Aurélio Garcia: 'América do Sul precisa de um Brasil estável'

© Paulo Pinto/ AGPT/ Fotos PúblicasManifestação contra Temer é reprimida pela PM na Avenida Paulista - São Paulo, 29/08/16
Manifestação contra Temer é reprimida pela PM na Avenida Paulista - São Paulo, 29/08/16 - Sputnik Brasil
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Marco Aurelio Garcia, ex-assessor presidencial para assuntos internacionais de Lula e Dilma Rousseff, falou com exclusividade ao Sputnik sobre a situação política no país após a deposição da presidenta eleita.

O político brasileiro comparou o "impeachment" de Dilma Rousseff com o que aconteceu com o presidente paraguaio, Fernando Lugo, em junho de 2012, e Manuel Zelaya, presidente de Honduras, em 2009. Em ambos os casos, assim como no Brasil "foi usado um pretexto" para derrubar os chefes de Estado, disse Garcia.

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De acordo com o ex-assessor presidencial, a idéia de tomar o poder do presidente foi concebido pelos setores da direita com bastante antecedência. "Desde 2014, quando Dilma Rousseff foi reeleita, houve um grande movimento da oposição para que ela não pudesse cumprir o seu segundo mandato. Eles tentaram desacreditar a sua vitória alegando fraude", disse ele. No entanto, uma investigação independente não conseguiu provar as alegações. Garcia também disse que o Brasil vai ter problemas para manter relações com os seus vizinhos da América do Sul depois do 'impeachment' de sua presidenta, uma vez que um grande número de países da América do Sul já se manifestou contra o que muitos descreveram como golpe. "Um país que não produz um bom relacionamento com os vizinhos dificilmente pode desempenhar um papel importante na arena internacional. Os usurpadores atuais terão grande dificuldade em entrar nos BRICS e instituições ainda mais amplas, como o G20", disse ele.

Garcia, que ocupou o cargo de assessor presidencial para assuntos internacionais e foi afastado do cargo assim que Michel Temer assumiu a presidência, disse que, além das "iniciativas de natureza legal", a oposição brasileira tem agora de "resistir às políticas" do governo Temer e "oferecer alternativas" para as próximas eleições presidenciais em 2018.

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O político acrescentou que "se as ideias propostas pelo novo governo forem atendidas" a situação no Brasil ficará "muito instável", porque o povo brasileiro não vai aceitar que "os ganhos obtidos nos últimos anos sejam cancelados". Garcia acrescentou que a actual situação política no Brasil afeta não só o país, mas também toda a região. "A América do Sul precisa de um Brasil estável." 

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