Este foi o primeiro encontro entre os chefes de Estado dos dois países, perante as tensões provocadas pela decisão de instalar sistemas de defesa antiaérea norte-americanos THAAD na Coreia do Sul, indica o jornal South China Morning Post.
Segundo Xi Jinping, uma solução incorreta deste desafio não contribui para a estabilidade estratégica na região, podendo exacerbar tensões.
Por seu turno, a presidenta da Coreia do Sul destacou que no ano em curso a Coreia do Norte realizou o quarto teste de armas nucleares e vários lançamentos de mísseis, o que, segundo ela, ameaça a estabilidade e desafia as relações entre a Coreia do Sul e China.
Em 3 de setembro, durante o Fórum Econômico do Oriente, Park Geun-hye pediu que a Rússia e o Japão tentem de alguma forma influenciar a Coreia do Norte. Em resposta, o presidente russo Vladimir Putin recomendou ponderar cada passo e agir com cautela para não provocar ações por parte da Coreia do Norte.
No mesmo dia 3 de setembro, em vésperas do G20, Xi Jinping se reuniu com o presidente Barack Obama deixando claro para ele que a China se opõe ao posicionamento do THAAD na Coreia do Sul e que "os EUA devem respeitar os interesses de segurança estratégica da China".
O especialista russo em questões militares Vladimir Evseev expõe a sua visão do assunto:
"Segundo as informações disponíveis no momento, somente uma bateria do THAAD será instalada. Essa bateria não se destina à defesa de Seul e serve para proteger instalações militares norte-americanas. Creio que isso foi abordado nas reuniões de Xi Jinping com Park Geun-hye e Barack Obama".
Ele opina que no momento a China quer impedir o posicionamento ulterior do THAAD, além de outros sistemas que representam uma ameaça para o país.
Segundo o especialista, é preciso evitar o pior, caso contrário, a China poderá reagir com medidas militares. "Há tentativas de empurrar a China para uma corrida aos armamentos e a China tenta parar esse processo", explica.
Há também outra opinião. Eis o que diz Wang Junsheng, especialista chinês da Academia de Ciências Sociais da China:
"Na reunião, Xi Jinping sublinhou que a China e a Coreia do Sul são vizinhos que têm interesses comuns. O desenvolvimento conjunto, o fomento da paz na região – é nisso que os interesses das partes estão interligados."
Segundo ele, há também outros argumentos – convencer a Coreia do Sul a tomar o caminho certo, respeitar interesses mútuos e encontrar pontos comuns apesar das diferenças.
No final, Wang Junsheng conclui que a situação no futuro vai depender da ‘sabedoria política’ dos líderes sul-coreanos nesta questão.