"Depois do fim da Guerra Fria e, apesar da complementaridade das economias da Rússia e do Japão, bem como dos seus interesses e comuns e problemas do Extremo Oriente, o fim de antipatia mútua permanecia <…> ilusória", diz-se na matéria.
Ao mesmo tempo, nota o Asia Times, a base da cooperação econômica agora deve partir do princípio de que a Rússia não pode e não irá desistir da sua posição na disputa territorial. Um dia antes do encontro com Abe, o líder russo Vladimir Putin esclareceu que Moscou "não vende seus territórios", mas quer encontrar uma solução para o problema.
Além de relações econômicas, Abe decidiu intensificar relações com Moscou por causa das condições geopolíticas desfavoráveis a Tóquio.
"A tensão crescente nas relações entre a Rússia e os EUA levou Moscou começar a construir uma nova base marítima militar na ilha de Matua, nas ilhas Curilhas. Embora Matua não seja reclamada pelo Japão, este fato tem uma importância estratégica e militar, tendo em conta que ali será deslocado um aeródromo para os aviões estratégicos Tu-22M3, capazes de levar mísseis de cruzeiro de longo alcance, bem como a hipótese de instalar submarinos equipados com mísseis", diz-se no texto.
No meio de tudo isso, o apelo de Abe para acabar com esta "situação pouco normal" significa que a Rússia "pode vencer o jogo de pôquer com os EUA" e que "a política de isolamento da Rússia promovida por Washington falhou".