Turquia e EUA deverão aguardar luz verde da Rússia e Irã para liberar Raqqa

© Sputnik / Hikmet DurgunCidade de Raqqa na Síria
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Comentando a recente declaração do presidente turco que "Ancara não vê nenhum problema" em cooperar com os EUA para liberar a cidade síria de Raqqa do Daesh, o analista político russo Boris Dolgov disse que tal operação será realizada apenas após consultas com a Rússia e o Irã.

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"Ancara e Washington estão discutindo uma ação militar em Raqqa, a capital do Daesh (organização terrorista proibido na Rússia), disse o presidente turco Recep Tayyip Erdogan a um grupo de jornalistas em seu caminho de regresso à Turquia da cúpula do G20 na China, onde ele teve uma reunião particular com o presidente dos EUA, Barack Obama," informou a edição turca Hurriyet na manhã da quarta-feira.

O líder turco afirmou que Ancara sugeriu que os militares de alto nível de ambas as partes se pudessem reunir para discutir o problema.

Comentando o anúncio, Boris Dolgov, pesquisador do centro cientifico do Instituto de Estudos Orientais, observou que tal operação não pode ser iniciada sem consultas prévias com a Rússia e o Irã. O analista político disse que, apesar de Washington e Ancara terem uma oportunidade sólida para liberar a região do Daesh, eles ainda podem ter motivações posteriores.

Em particular, ele diz que isto pode ser uma implementação do chamado "cenário americano" para a solução da crise na Síria.

"Tanto Raqqa, quanto o norte da Síria, são territórios de um Estado soberano e se o plano for implementado, Raqqa vai se encontrar sob controle turco", disse ele em uma entrevista à RIA Novosti.

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"A Turquia, por sua vez, está liderando as unidades do Exército Livre da Síria (FSA), portanto, isso significa que uma parte da Síria então se encontrará sob controle do Exército Livre. E isso terá muitas consequências", explica o especialista.

Boris Dolgov considera que depois, usando a presença do FSA na região, os EUA e a Turquia poderão constituir uma liderança alternativa na região e, com o apoio dela, tentar impor certas condições ao governo legítimo do país.

Dolgov, no entanto, está convencido de que ainda é cedo para refletir sobre o lançamento dessa operação.

"Esta operação será inevitavelmente antecedida por consultas com a Rússia e o Irã. A Força Aeroespacial da Rússia está agora parcialmente controlando o espaço aéreo sírio, portanto, há uma clara necessidade de consultas com os militares russos", conclui o especialista.

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