"Atualmente, quando um projétil cai em território israelense a partir do território sírio, Israel, em resposta, destrói na linha de fronteira os pontos que lhe parecem convenientes. O resto não interessa a Israel", explicou Yevgeny Satanovsky.
Nos últimos tempos, Israel se preocupa apenas em defender seu próprio território, salienta o especialista.
"A Rússia mantém boas relações com o Irã, com Israel, com repúblicas árabes, com monarquias árabes, da Jordânia aos Emirados, até mesmo com a Arábia Saudita", frisa o analista.
Ele também afirmou que o acordo de ajuda militar assinado entre Israel e os EUA em 13 de setembro, que prevê a cooperação militar no valor de 3.800 milhões de dólares por ano, durante 10 anos, não terá efeito sobre o estado das relações entre Israel e a Síria.
"Israel vai atuar na Síria tal como tem atuado até agora, partindo das suas ideias sobre a sua própria segurança", salienta Satanovsky.
No entanto, a resolução 497 do Conselho de Segurança da ONU, em 1981, declarou as Colinas de Golã como território sírio ocupado. A ocupação israelense foi igualmente condenada pela Assembleia Geral da ONU em 2008. Apesar das tentativas de diálogo, a devolução das terras em troca da assinatura da paz entre a Síria e Israel nunca chegou a se concretizar.
As últimas tentativas de negociação tiveram lugar em 2008, com a mediação da Turquia, mas novamente foram frustradas. Entre outras coisas, naquela ocasião, Israel mostrou seu desconforto pelas relações próximas entre Bashar Assad e o Irã, e também entre a Síria e a organização islâmica libanesa Hezbollah.