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Pragmatismo x ideologia: Bolívia normaliza relações com o Brasil

© ABI / Jorge MamaniEvo Morales, presidente da Bolívia.
Evo Morales, presidente da Bolívia. - Sputnik Brasil
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O Presidente Evo Morales anuncia que José Kinn reassumirá a chefia da missão diplomática boliviana em Brasília e que o Brasil decidiu enviar novamente a La Paz o diplomata Raymundo Santos Rocha Magno, para reassumir a chefia da Embaixada brasileira.

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"A Bolívia não é o primeiro país da América do Sul a normalizar suas relações com o Brasil após a substituição de Dilma Rousseff por Michel Temer. Mas é mais um que adota posição realista e pragmática em relação ao Brasil". A avaliação é da analista política Denilde Holzhacker, professora de Relações Internacionais da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) de São Paulo e especialista em políticas das três Américas. Ela considera que Bolívia e Uruguai adotaram atitudes corretas em relação ao Brasil, do ponto de vista das relações de Estados:

"O Uruguai, do Presidente Tabaré Vázquez, que também havia se posicionado a favor da Presidente Dilma Rousseff durante seu processo de impeachment, reavaliou sua posição e privilegiou o fato de que o Brasil está entre os maiores países compradores de produtos uruguaios. Da mesma forma parece ter agido o presidente da Bolívia, Evo Morales, que precisa discutir os termos da renovação do contrato de compra e venda de gás boliviano pelas empresas brasileiras, acordo este que vence em 2019".

Além disso, há planos de construção de hidrelétricas na Amazônia, e um outro assunto que interessa muito de perto a brasileiros e bolivianos, a construção da ferrovia que ligará os oceanos Atlântico e Pacífico.

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Na segunda-feira, 3, o Presidente Evo Morales anunciou que o diplomata José Kinn reassumirá a chefia da missão diplomática boliviana em Brasília. Kinn tinha sido chamado a La Paz para consultas logo após a destituição da Presidente Dilma Rousseff pelo processo de impeachment. Da mesma forma, Morales revelou que o Brasil decidiu enviar de volta a La Paz o diplomata Raymundo Santos Rocha Magno, para reassumir a chefia da Embaixada brasileira na Bolívia.

Para Denilde Holzhacker, a reaproximação diplomática entre Bolívia e Brasil não significa necessariamente um realinhamento de ideias:

"Não acredito que a Bolívia aceite as ideias neoliberais do Governo brasileiro, assim como não acredito que o Brasil irá estimular os ideais bolivarianos adotados pelas autoridades daquele país. O que está em jogo são as relações comerciais entre os países, e, para que elas possam prosperar, a diplomacia entre Brasil e Bolívia precisa estar ativa e sem tensões".     

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