Rússia desmente acusações do Reino Unido de ataque a comboio humanitário na Síria

© AFP 2023 / Omar haj kadourCaminhão destruido na sequência de ataque aéreo realizado contra o comboio humanitário na Síria
Caminhão destruido na sequência de ataque aéreo realizado contra o comboio humanitário na Síria - Sputnik Brasil
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O Ministério da Defesa da Rússia refuta as acusações do ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Boris Johnson, em relação à autoria russa do ataque contra o comboio humanitário na Síria e propõe que este apresente provas de suas afirmações.

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Falando no debate parlamentar na terça-feira, dedicado ao problema sírio, Johnson disse que a Rússia foi responsável pelo bombardeio do comboio humanitário da ONU. De acordo com ele, as fotos de satélite disponíveis ao público indicam que o ataque foi realizado a partir do ar e na escuridão. Ele acrescentou que as tropas do presidente sírio, Bashar Assad, não são capazes de realizar um ataque na escuridão, todas as evidências apontam para a Rússia.

De acordo com Konashenkov, "desde o dia 20 de setembro observamos a terceira onda de acusações sobre a suposta participação da Rússia na destruição do comboio humanitário, em Aleppo".

"E em todas as vezes, juntamente com as habituais conjuras, ouvimos declarações de 'testemunhas-voluntários', que depois afinal são combatentes da Frente al-Nusra, posteriormente ouvimos falar sobre certas 'provas irrefutáveis' em posse da inteligência norte-americana, que pouco depois são desautorizadas perante o Congresso norte-americano pelo chefe do Estado-Maior Conjunto do Exército dos EUA, general Joseph Dunford", afirmou Konashenkov.

"Agora quem brilha no papel de arrazoador é Boris Johnson, que terá visto (com um mês de atraso) a culpa da Rússia depois de observar algumas fotografias de satélite em 'acesso livre'. Senhor Johnson, não poderá abrir esse 'livre acesso' e mostrar as fotos a mais alguém?", disse o representante da entidade militar russa.

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Konashenkov lembrou que por enquanto só o lado russo publicou a gravação real do ataque, ele também acrescentou que, dispondo de dados verdadeiros, o Ministério da Defesa russo sabe a razão exata pela qual os colegas dos EUA "perderam o interesse pelo tema".

"Não estavam nenhuns aviões russos na área de localização do comboio humanitário. Isto é um fato. E todas as "provas" não valerão nada se realmente alguém tem acesso a elas", declarou Konashenkov.

A ONU enviou em 19 de setembro dois comboios de ajuda humanitária, destinados a mais de 160.000 pessoas, para as províncias sírias de Aleppo e Homs.

Na noite do mesmo dia, a organização relatou um ataque contra um dos dois comboios no sudoeste de Aleppo, que, de acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), destruiu 18 dos 31 caminhões e um hospital móvel. O ataque provocou a morte de um agente da missão humanitária e de pelo menos 20 civis.

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O ataque representou um ponto de virada no regime de cessar-fogo que havia sido alcançado entre Rússia e EUA e iniciado em 12 de setembro. As partes do conflito sírio se acusam mutuamente pela autoria do ataque, mas até o momento nenhumas provas foram apresentadas. Após o ocorrido, os EUA declararam que vão rever sua cooperação com a Rússia na Síria.

Em 20 de setembro, o Ministério da Defesa da Rússia divulgou um vídeo do ataque contra o comboio humanitário, mostrando que os caminhões da ONU e do grupo Crescente Vermelho seguiam acompanhados por um veículo terrorista com lançadores de morteiro de grande calibre.

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