A cooperação nesta área foi anunciada pelos altos representantes da Rússia e China durante o 7° Fórum Xiangshan sobre segurança, em Pequim.
O jornal chinês, South China Morning Post, escreveu que os generais russos e chineses aproveitaram o fórum para denunciar os planos dos EUA de instalar os sistemas THAAD no território sul-coreano, o que, segundo eles, poderá causar mais uma corrida armamentista na Ásia.
Em maio deste ano, os dois países realizaram as primeiras manobras militares de defesa antimíssil Aerospace Security-2016. Segundo o vice-chefe da direção do Estado-Maior Conjunto da China, major-general Coi Jun, os exercícios permitiram atingir um nível potencialmente novo de interação, demonstrando a prontidão da Rússia e da China de manter a segurança e estabilidade regionais.
Além disso, a China compartilha da mesma posição que a Rússia sobre o sistema de defesa antimíssil norte-americano na Europa, que, segundo Coi Jun, ameaça a segurança da Rússia.
Konstantin Sivkov, vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos e especialista em questões militares, não descarta a possibilidade de que no futuro a Rússia e a China possam criar um bloco militar conjunto.
"A Rússia e a China tomarão medidas conjuntas para resistir à defesa antimíssil dos EUA e para criar sistemas capazes de ultrapassá-la com mísseis balísticos intercontinentais mais avançados", explica Sivkov.
Além disso, Rússia e China estão intensificando cooperação no que diz respeito à questão síria e em resposta conjunta aos desafios globais que ameaçam a segurança dos dois países. O que une a Rússia e a China é a visão comum das duas nações do mundo multipolar, destaca Sivkov.
Na opinião de Andrei Volodin, especialista da Academia Diplomática do MRE russo, os dois países exercem influência no equilíbrio global das forças.
"A Rússia e a China provam que estão prontos para defender seus interesses em conjunto, caso seja necessário", ressalta.
Shi Ze, especialista do Instituto Chinês de Pesquisas Internacionais, afirma que é importante que "a China e a Rússia desenvolvam cooperação para defender a segurança regional e a ordem regional de forma justa", ressaltando que "o problema sírio poderá ser solucionado apenas por meios pacíficos e políticos, pois o uso constante da força não contribui para a saída da crise".