Segundo o representante da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, citado pelo Estadão, o país ganhou uma fama de "exportador de corrupção" por conta das poucas empresas brasileiras que receberam sanções previstas por casos de práticas de subornos transnacionais.
Que o Brasil enfrenta graves problemas no quesito transparência e corrupção não é segredo. Desde os escândalos envolvendo grandes empresas brasileiras até as revelações da delação premiada na Operação Lava Jato, o Brasil vem sendo alvo de diversas alcunhas, positivas e negativas, por organizações internacionais e mídias do mundo inteiro.
‘Queda do Brasil’
Na ocasião, citando o escândalo de corrupção da Petrobrás e o processo de impeachment, a revista escreveu que, sendo parte do BRICS, o Brasil "deveria estar na vanguarda do crescimento das economias emergentes", mas, em vez disso, enfrentava "uma turbulência política".
Em outro artigo especial, a mesma revista publicou em abril uma imagem do Cristo Redentor segurando um cartaz escrito "SOS", alarmando para a crise política e econômica instaurada no país.
Dilma Rousseff has let Brazil down. But so has the entire political class
— Pablo F. Salvador (@pablofsalvador) 25 апреля 2016 г.
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"A insurreição dos hipócritas"
Grande atenção também foi dada ao Brasil após a votação do impeachment na Câmara dos Deputados, em abril deste ano, e as reações da mídia estrangeira não foram sutis em relação aos políticos brasileiros.
Mais simpático ao governo de Dilma Rousseff, a publicação lembrou que o processo contra Rousseff foi controverso e considerado político, ressaltando que "contra Dilma nenhum ato de corrupção foi comprovado".
‘Exemplo no combate à corrupção’
Em contrapartida, a própria Transparência Internacional já manifestou uma abordagem positiva em relação ao combate à corrupção no país, vendo com bons olhos a indignação da população nas ruas pedindo o impeachment da presidente Dilma e o sucesso da Operação Lava Jato.
"Se a indignação contra a corrupção levou a população às ruas, essa indignação tem que continuar. Agora é o momento de provar as coerências dessas motivações. É o momento de buscar mudanças reais no quadro político do país", afirmou o representante da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, em meados de abril.
Já em agosto deste ano, a BBC Brasil publicou uma entrevista com o juiz federal do Estado de Maryland, nos Estados Unidos, Peter Messitte, também destacando elogios ao combate à corrupção no Brasil.
Segundo o juiz norte-americano, o "julgamento do mensalão e a Operação Lava Jato deixaram para trás os tempos em que escândalos de corrupção política terminavam em pizza no Brasil".
Lava Jato: Revista 'The Economist' e a 'Folha' alertam para os 'excessos' cometidos por Moro https://t.co/RawWKyZj9Q pic.twitter.com/EOGfnhbanz
— HuffPost Brasil (@huffpostbrasil) 18 марта 2016 г.
É importante destacar que a imagem internacional do Brasil nos últimos anos teve uma variação notável, tendo em vista as diferentes conjunturas políticas em que o país se encontrou.
Além das diferentes publicações da própria The Economist, que já dedicou especiais tanto ao próspero futuro do Brasil, no auge da euforia em relação às economias emergentes do BRICS, quanto à ‘queda’ do país no contexto da crise econômica e política, houve uma mudança de abordagem no cenário internacional com o sucesso dos Jogos Olímpicos Rio-2016.
‘O Centro do Mundo’
Apesar do inicial tom pessimista de alguns veículos sobre os Jogos Olímpicos, em que reportagens destacaram “jogos manchados” por crises internas e escândalos de corrupção, a mídia internacional rasgou elogios à organização brasileira do maior evento esportivo da Terra.
Até mesmo o norte-americano Washington Post, que havia publicado que o evento seria marcado como a ‘Olimpíada da sujeira’, escreveu que após vários problemas na organização, o "Rio, pelo menos por uma noite, está fazendo o que faz de melhor".