A Guerra Fria terminou-se 25 anos atrás. O Pacto de Varsóvia não existe mais, a USSR sofreu um colapso. Mesmo se a Rússia está reconstruindo o império, como diz o Ocidente, agora os seus avanços incluem somente a Crimeia e a influência no leste da Ucrânia, na Abkházia e na Ossétia do Sul. Entretanto, a Rússia foi anunciada como uma "ameaça" potencial para o Ocidente. Ao mesmo tempo, Andrew Parker declarou que no Reino Unido se encontram cerca de 3 mil "extremistas islâmicos radicais" e que os ciberataques, não somente da parte da Rússia, são uma ameaça do futuro. Ao mesmo tempo, a Rússia permanece "o principal bicho-papão", escreve Dejevsky.
Primeiro, as acusações em relação à Rússia têm consequências para o Ocidente – as relações já estão deterioradas. Segundo, estas acusações ajudam ao Reino Unido a ficar do lado dos EUA, onde os veteranos do Congresso e do Pentágono não conseguem abandonar os velhos métodos e os pensamentos sobre a "ameaça russa". Mesmo agora o assunto russo está no meio da campanha eleitoral nos EUA e pode afetar os resultados das eleições, afirmou Dejevsky.
É difícil compreender por que razão os serviços secretos britânicos tentam apresentar a Rússia como uma ameaça mais séria que os jihadistas. Se calhar, o MI5 tem as suas razões secretas. Pode ser que o segredo principal consista em que "se torna cada vez mais difícil demonizar a Rússia". Agora na comunidade britânica há mais e mais céticos em relação às acusações feitas à Rússia. Se calhar, em breve as autoridades britânicas já não conseguirão intimidar os cidadãos com a ameaça russa, concluiu Dejevsky.