Paranoia dos EUA: Putin usa Trump para 'inflamar' revolução colorida nos Estados Unidos

Neste artigo, o jornalista pressupõe que Putin tenciona "se vingar" dos EUA pelas "revoluções coloridas" supostamente organizadas por Washington. Para isso o líder russo usa Trump para provocar sentimentos de protesto no povo americano.

Na semana passada, em Sochi foi realizada a sessão anual do Clube Valdai de Discussões Internacionais, no âmbito da qual os políticos discutiram assuntos internacionais e seus contornos futuros.

A Sputnik Japão pediu um comentário a esse artigo ao chefe do Clube Valdai, Fyodor Lukyanov.

Segundo ele, o mundo parece cada vez mais incompreensível e ingovernável para aqueles que pensam dever e poder governa-lo. As teorias inventadas sobre inimigos externos ajudam-nos a abdicar de parte da responsabilidade pelo caos que se seguirá. Fyodor Lukyanov observa que o comportamento dos EUA parece desadequado, pois tendo sido sempre um país autoconfiante, eles nunca tiveram complexos de inferioridade. E estas declarações sobre supostas conspirações apenas indicam a confusão que há nos EUA.

"Esta é uma reação às mudanças na sociedade que pegaram a elite norte-americana de surpresa. E ela, por sua vez, reage da forma que pode. Aí começam as buscas de conspirações", comentou Fyodor Lukyanov.

Neste comportamento se observa um espírito de "caça às bruxas", que se parece com a época do macartismo, tempos em que as ideias anticomunistas nos EUA se agudizaram e se realizavam perseguições políticas dos que tinham "sentimentos antiamericanos".

"O surgimento da candidatura de Trump nas eleições americanas foi um fenômeno. Parecia que ele nunca poderia atingir um nível tão alto", destaca Fyodor Lukyanov.

O aparecimento de Trump e de Bernie Sanders revela que cresce a quantidade de pessoas que se distancia da política ditada pela elite.

"Aparentemente isto provocou o estupor na elite americana. Ela começou logo acusando a Rússia. Parece que os americanos estão afetados pela paranoia", assinala o especialista.

Fyodor Lukyanov observou que tudo indica que os EUA estão passando por um momento de ruptura e que nenhum resultado das eleições poderá resolver este problema.