Rússia e Sérvia mostram Irmandade Eslávica apesar da indignação da OTAN

© Sputnik / Milosh TurchinMilitares russos e bielorrussos no aeródromo de Batajnica, Sérvia, 2 de novembro de 2016
Militares russos e bielorrussos no aeródromo de Batajnica, Sérvia, 2 de novembro de 2016 - Sputnik Brasil
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Três aviões militares de transporte Ilyushin, com 212 militares russos a bordo, aterrissaram hoje de manhã no maior aeródromo sérvio de Batajnica para participar dos exercícios Irmandade Eslávica 2016. Com eles vieram 56 militares da Bielorrússia. Dos exercícios também participam 450 efetivos das Forças Armadas sérvias.

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O comandante da brigada especial das Forças Armadas sérvias, Zoran Velickovic, declarou que são exercícios tradicionais que a Sérvia realiza no âmbito do programa da cooperação militar internacional com a Rússia pela terceira vez e com a Bielorrússia pela segunda vez.  Segundo Velickovic, a atenção será focada em operações antiterroristas.

Segundo o vice-comandante das tropas aerotransportadas da Rússia, major-general Oleg Polguev, nos próximos dias militares russos demonstrarão como "combatem com sucesso contra inimigos potenciais".

"Provaremos que as tropas aerotransportadas russas são capazes de cumprir as tarefas que lhes são atribuídas em qualquer ponto do mundo com nota máxima <…>", disse.

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É interessante constatar que a presidente croata Kolinda Grabar Kitarovic expressou, ainda na cúpula de julho da OTAN em Varsóvia, sua preocupação pelo crescimento da influência russa nos Bálcãs e com os futuros exercícios Irmandade Eslávica 2016.

Os exercícios provocaram uma celeuma que o chefe da diplomacia sérvia, Ivica Dacic, teve de reagir dizendo ontem (1) que a Sérvia, como país independente cuja neutralidade militar está fixada na Constituição, tem o direito de escolher de forma independente com quem deve realizar exercícios.

"Penso que não iremos pedir a funcionários ou garotos de recados permissão para realizar exercícios militares", disse Dacic.

Respondendo à questão da Sputnik Sérvia se o Ocidente ficará insatisfeito com os exercícios conjuntos com a Rússia, o especialista militar sérvio Goran Jevtovic disse:

"Na medida que permitimos ao Ocidente intervir nos nossos assuntos, ele que nos atacou de forma ilegítima em 1999, na mesma medida ele intervirá na nossa política interna e externa."

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Na opinião dele, foi um grande erro da Sérvia respeitar a resolução de 2006 sobre sua neutralidade militar. É uma definição errada, a Sérvia devia ter indicado que é um país não participante de blocos militares.

"Agora o Ocidente manipula com isso. A neutralidade militar não é a mesma coisa que um país ser neutral. É impossível ser neutral em termos militares e aspirar à integração política com algumas organizações. Falo do nosso caminho para integração na União Europeia, cuja componente principal é a política externa comum da UE, bem como a política de segurança. E a UE é o maior aliado oficial da OTAN. Com certeza que nos censuram pelas boas relações com a Rússia, embora a nossa cooperação militar esteja ao nível mínimo", disse Jevtovic.

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