"Nós focamos na ajuda a animais de pequeno e grande porte, prejudicados pelo acidente da barragem. As pessoas perderam as casas e não conseguiam recuperar os animais. A empresa não fez nada a esse respeito também. Então eu, minha amiga Rita e meu marido fomos para Mariana, e começamos uma campanha no Facebook para arrecadar recursos para medicação", explicou a interlocutora da Sputnik.
Segundo Luciana Pordeus, a campanha se revelou um sucesso, ainda mais depois da adesão da jornalista Cora Rónai na divulgação.
"A campanha teve uma adesão incrível. Ainda mais depois que a jornalista Cora Rónai, muito ligada à causa animal, nós amparou também. Depois do seu apoio tivemos milhares de acesso e arrecadamos quase 20 mil reais".
"Conseguimos montar uma farmácia, oferecer apoio que a empresa não dava. Contamos com apoio de voluntários. A empresa somente cedeu o espaço e começou a participar financeiramente meses depois", conta a tradutora.
Como muitas famílias não podiam levar os seus animais para os alojamentos oferecidos pela Samarco — inclusive os animais de grande porte, cujas instalações ficaram destruídas — os voluntários montaram um abrigo que mais parecia uma Arca de Noé.
"As nossas equipes resgatavam todos os tipos de animais: tinha galinha, coelho, pato, cavalo, boi, cachorro, gato, jabuti, algumas aves, qualquer animal afetado pelo rompimento da barragem, ou que as famílias não puderam levar para os hotéis oferecidos pela empresa. Abrigamos no nosso galpão mais de 800 animais".
"No início de janeiro, a Samarco assumiu uma parte dessa operação. Mas a participação da empresa, que já não foi muito grande com as pessoas, foi menor ainda com os animais," lamentou Luciana Pordeus.
Apesar das dificuldades, a história teve um final feliz. Praticamente todos os animais foram devolvidos aos seus donos ou adotados.