Trump irá desferir um golpe no radicalismo islâmico nos Bálcãs?

© AFP 2023 / ELVIS BARUKCICTúmulo de Predrag Salipur, um sérvio morto por militantes muçaulmanos entre 1992 e 1993, em Sarajevo, Bósnia
Túmulo de Predrag Salipur, um sérvio morto por militantes muçaulmanos entre 1992 e 1993, em Sarajevo, Bósnia - Sputnik Brasil
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Os treinamentos conjuntos dos EUA com a República Sérvia estão decorrendo nestes dias (de 14 a 18 de novembro) no território da entidade que faz parte da Bósnia e Herzegovina.

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Durante os exercícios serão treinadas medidas de combate contra o terrorismo: segundo o cenário, os extremistas ocuparam o consulado dos EUA em Banja Luka, o centro administrativo da República Sérvia. Deixemos de lado o fato de que na imprensa russa não surgiram artigos críticos sobre os treinamentos na entidade, que é considerada um aliado de Moscou. Mas a situação não foi a mesma com a mídia ocidental que, quando no país vizinho se realizaram os treinamentos conjuntos de russos, bielorrussos e sérvios da Irmandade Eslávica 2016, eles [a mídia ocidental] escreveram que isso "complicará o acesso do país à UE". Mas o interessante é outra coisa – como é que alguém cai na cova que escavou para outra pessoa.

Predrag Ceranic, um especialista em defesa de Banja Luka, apontou que os treinos antiterroristas foram planejados com alguns meses de antecedência durante "a histeria geral relacionada com o referendo na República Sérvia sobre o Dia da Independência".

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No entanto, neste caso o Ministério dos Assuntos Internos não teve razões para não aprovar estes treinamentos porque o seu objetivo principal é o combate ao terrorismo. Além disso, algum tempo atrás nós enfrentamos sua manifestação quando islamistas atacaram uma delegacia na cidade de Zvornik. Mas o que o Ministério dos Assuntos Internos não aprovou foi que os treinamentos fossem realizados secretamente, apesar de os EUA insistirem nisso. Banja Luka informou o público sobre os treinamentos para não causar agitação desnecessária.

Segundo as palavras de Ceranic, se Hillary Clinton tivesse vencido as eleições nos EUA, estes treinamentos tinham sido aceitos de forma completamente diferente.

"Eles seriam compreendidos como uma pressão sobre o governo da República Sérvia e claro que, nesse caso, as autoridades de Sarajevo rejubilariam. Mas foi Trump quem venceu, e ele mostrou um desejo sincero de combater o Daesh [organização proibida em muitos outros países, incluindo a Rússia]. O presidente do presidium da Bósnia e Herzegovina, Bakir Izetbegovic, recebeu a direção da Irmandade Muçulmana em Sarajevo e tirou fotografias com eles, levantando quatro dedos [aqui está a evidência] e agora ele tem razões para se preocupar. Porque a Irmandade Muçulmana é um grupo terrorista e ele mostrou sua proximidade com eles", apontou o especialista.

Ceranic lembra: Trump prometeu que esta estrutura iria figurar na lista de organizações consideradas como terroristas nos EUA e também prometeu visitar o Egito e apoiar o presidente Abdel Fattah al-Sisi, um feroz adversário da Irmandade Muçulmana.

"A vitória de Clinton faria regressar esta organização à arena política mundial, o que daria um impulso adicional ao desenvolvimento do terrorismo nos Bálcãs, especialmente nas condições em que a ideia do Daesh já se esgotou completamente na unificação dos extremistas existentes nos Bálcãs", considera o interlocutor da Sputnik Sérvia.

O especialista pensa que os treinamentos que estão sendo realizados não podem ser considerados "uma ameaça à República Sérvia". Mas já Bakir Izetbegovic deve pensar melhor no assunto, especialmente se Trump cumprir sua promessa.

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