Predrag Ceranic, um especialista em defesa de Banja Luka, apontou que os treinos antiterroristas foram planejados com alguns meses de antecedência durante "a histeria geral relacionada com o referendo na República Sérvia sobre o Dia da Independência".
Segundo as palavras de Ceranic, se Hillary Clinton tivesse vencido as eleições nos EUA, estes treinamentos tinham sido aceitos de forma completamente diferente.
"Eles seriam compreendidos como uma pressão sobre o governo da República Sérvia e claro que, nesse caso, as autoridades de Sarajevo rejubilariam. Mas foi Trump quem venceu, e ele mostrou um desejo sincero de combater o Daesh [organização proibida em muitos outros países, incluindo a Rússia]. O presidente do presidium da Bósnia e Herzegovina, Bakir Izetbegovic, recebeu a direção da Irmandade Muçulmana em Sarajevo e tirou fotografias com eles, levantando quatro dedos [aqui está a evidência] e agora ele tem razões para se preocupar. Porque a Irmandade Muçulmana é um grupo terrorista e ele mostrou sua proximidade com eles", apontou o especialista.
Ceranic lembra: Trump prometeu que esta estrutura iria figurar na lista de organizações consideradas como terroristas nos EUA e também prometeu visitar o Egito e apoiar o presidente Abdel Fattah al-Sisi, um feroz adversário da Irmandade Muçulmana.
"A vitória de Clinton faria regressar esta organização à arena política mundial, o que daria um impulso adicional ao desenvolvimento do terrorismo nos Bálcãs, especialmente nas condições em que a ideia do Daesh já se esgotou completamente na unificação dos extremistas existentes nos Bálcãs", considera o interlocutor da Sputnik Sérvia.
O especialista pensa que os treinamentos que estão sendo realizados não podem ser considerados "uma ameaça à República Sérvia". Mas já Bakir Izetbegovic deve pensar melhor no assunto, especialmente se Trump cumprir sua promessa.