O projeto da resolução prevê que o secretário-geral da ONU “busque caminhos e medidas” para garantir “o acesso seguro e livre à península de instituições regionais e internacionais de observação no domínio dos direitos humanos, com o fim de eles terminarem seu mandato.”
Consequentemente, o documento apela à Federação da Rússia para que “garanta o acesso livre e condigno” à península para missões internacionais e organizações não-governamentais, “reconhecendo que a presença de organizações internacionais na Crimeia tem um papel prioritário para impedir agravamento ulterior da situação.”
Ao apresentar o projeto, o vice-ministro das Relações Exteriores ucraniano, Sergei Kislitsa, afirmou que “a resolução é um mecanismo diplomático, político e legítimo que ajuda a Ucrânia a cumprir seus compromissos, como Estado que usa as ferramentas do direito internacional e das organizações internacionais.”
O chefe do Departamento de Colaboração Humanitária e de Direitos Humanos do Ministério das Relações Exteriores russo, Anatoli Viktorov, chamou o documento ucraniano de “panfleto inútil de propaganda.” Segundo disse o diplomata, o projeto de resolução “não tem nada a ver nem com a situação na Crimeia, nem com a opinião e interesses dos habitantes locais.”
“Desta vez é a Crimeia russa que ficou sujeita ao escrutínio de uma série de países que atribuíram a si mesmos o direito de julgar o que é melhor para os habitantes de outro país”, destacou Viktorov.
A Crimeia e a cidade de Sevastopol voltaram a ser territórios russos após o referendo realizado em 16 de 2014, durante o qual a maioria dos habitantes locais de manifestou a favor de adesão à Rússia. A reunificação foi apoiada por 96,77% da população da Crimeia e 95,6% dos habitantes de Sevastopol.