Kiev pode perder não só a proteção da América, mas também perder o "tio Joe" — o vice-presidente dos EUA Joe Biden. Ele exortou as autoridades locais a cumprirem suas promessas de reformas econômicas e de combate à corrupção, em troca o Fundo Monetário Internacional fornece à Ucrânia ajuda financeira.
Os resultados das eleições norte-americanas pegaram Kiev de surpresa, e isto ficou claro quando políticos ucranianos começaram apagando suas publicações críticas em relação a Trump, como, por exemplo, o ministro do Interior Arsen Avakov.
De acordo com uma fonte anônima do jornal, agora Kiev conta apenas com republicanos no Congresso que possam influenciar a relação de Trump com a Ucrânia.
Os funcionários ucranianos vivem uma doce ilusão, considera o presidente da empresa de consultoria Eurasia Group e cientista político Ian Bremmer.
"O mais provável é que os EUA, sob chefia de Trump, tentem logo reiniciar suas relações com Rússia, inclusive no que toca à Síria. Neste caso, eles irão provavelmente sacrificar a Ucrânia", acredita o especialista.
"Sem o 'tio Joe' e a participação de Washington em geral, tudo isso pode acabar", destaca Bloomberg. Agora os funcionários serão os responsáveis pelas reformas impopulares exigidas pelo FMI, e serão obrigados a realizá-las de forma autônoma em condições de preparação das eleições de 2019.
"Olhando para o currículo de alguns representantes das autoridades, é difícil acreditar que eles se possam reorientar tão facilmente", adicionou Abromavicius.