Teerã joga "carta chinesa" para receber ajuda através de contatos militares, considera a especialista do Centro de problemas conjuntos do Oriente contemporâneo, Maria Pakhomova.
"A China tem um grande potencial militar, em especial a Marinha. Partindo deste ponto, o Irã está interessado no desenvolvimento da cooperação militar com a China, inclusive na realização de exercícios militares conjuntos no Golfo Pérsico, uma série dos quais já foi realizada em 2014", disse ela à Sputnik China, acrescentando que a China está observando atenciosamente a região, que pode ser utilizada como canal importante de transporte de recursos energéticos para a nação chinesa.
"A troca de visitas dos ministros da Defesa dos dois países não significa que a China eleva contatos militares com o Irã a um elevado nível e não significa que a China dê grande importância aos laços militares com o Irã", disse.
Segundo ele, o desenvolvimento dos laços entre o Irã e a China não é muito diferente da interação chinesa com outros países na área militar. O parceiro principal do Irã nos assuntos militares permanece sendo a Rússia.
"A meta do desenvolvimento da cooperação com o Irã será um ponto importante para o reforço da China na região em geral. A China é muito cautelosa, não está incorporada em nenhuma aliança militar estratégica, mas, mesmo assim, inicia-se a confirmação de forma mais e mais ativa do seu papel como o maior ator global", disse.
Especialistas russos afirmam que, provavelmente, foi discutida a crise síria entre o ministro da Defesa da China e o seu homólogo iraniano. De acordo com Kaiyun, a China vem intensificando suas atividades nesta direção. O representante especial chinês nos assuntos sírios, Xia Xiaoyan, foi nomeado para contribuir com a regularização da crise e cooperar da melhor forma possível com as partes do conflito. Anteriormente, Xiaoyan trabalhou como embaixador no Irã. A nomeação só comprova que a China vê o Irã como peça fundamental no jogo do Oriente Médio, concluiu.