China e Irã estreitam laços para confirmar influência crescente no Oriente Médio

© AFP 2023 / StringerPresidentes iraniano e chinês Hassan Rouhani e Xi Jinping fazem uma revisão de tropas durante a cerimônia em Teerã, Irã, janeiro de 2016
Presidentes iraniano e chinês Hassan Rouhani e Xi Jinping fazem uma revisão de tropas durante a cerimônia em Teerã, Irã, janeiro de 2016 - Sputnik Brasil
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O estreitamento dos laços militares entre a China e o Irã ajuda-os a resolver tarefas geopolíticas. Tal comentário foi dito por especialistas russos à Sputnik China após visita do membro do Conselho de Estado da China e ministro da Defesa, Chang Wanjuan, ao Irã.

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O militar chinês foi recebido pelo presidente iraniano, Hassan Rouhani. Observadores avaliaram isso como o sinal de que os contatos na área militar são uma prioridade no reforço da confiança política. A assinatura de acordo sobre o aperfeiçoamento dos laços entre os dois países na área militar só comprova isso. O chefe do Estado-Maior iraniano, major-general Mohammed Bageri, propôs ao ministro chinês a realização de exercícios militares conjuntos.

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"A China tem um grande potencial militar, em especial a Marinha. Partindo deste ponto, o Irã está interessado no desenvolvimento da cooperação militar com a China, inclusive na realização de exercícios militares conjuntos no Golfo Pérsico, uma série dos quais já foi realizada em 2014", disse ela à Sputnik China, acrescentando que a China está observando atenciosamente a região, que pode ser utilizada como canal importante de transporte de recursos energéticos para a nação chinesa.

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O pesquisador do Centro de estudos iranianos da Universidade de Sudoeste da China, Ji Kaiyun, está seguro de que a visita de Chang Wanjuan ao Irã contribuiu para o progresso das relações sino-iranianas, mas não tenciona exagerar a importância deste evento. Afirmou que os contatos militares entre a China e o Irã desenvolvem-se de forma permanente. Respeitam o princípio da "diplomacia global". As relações podem ser consideradas estratégicas, mas as partes não se enxergam como aliados, afirmou Kaiyun.

"A troca de visitas dos ministros da Defesa dos dois países não significa que a China eleva contatos militares com o Irã a um elevado nível e não significa que a China dê grande importância aos laços militares com o Irã", disse.

Segundo ele, o desenvolvimento dos laços entre o Irã e a China não é muito diferente da interação chinesa com outros países na área militar. O parceiro principal do Irã nos assuntos militares permanece sendo a Rússia.

"A meta do desenvolvimento da cooperação com o Irã será um ponto importante para o reforço da China na região em geral. A China é muito cautelosa, não está incorporada em nenhuma aliança militar estratégica, mas, mesmo assim, inicia-se a confirmação de forma mais e mais ativa do seu papel como o maior ator global", disse.

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O estreitamento das relações sino-iranianas é impulsionado pelo fato de o Irã ser uma parte importante na Rota da Seda, fazendo com que a China busque a estabilidade dos contatos com a região para que, assim, o grandioso projeto seja realizado com sucesso, sublinhou.

Especialistas russos afirmam que, provavelmente, foi discutida a crise síria entre o ministro da Defesa da China e o seu homólogo iraniano. De acordo com Kaiyun, a China vem intensificando suas atividades nesta direção. O representante especial chinês nos assuntos sírios, Xia Xiaoyan, foi nomeado para contribuir com a regularização da crise e cooperar da melhor forma possível com as partes do conflito.  Anteriormente, Xiaoyan trabalhou como embaixador no Irã. A nomeação só comprova que a China vê o Irã como peça fundamental no jogo do Oriente Médio, concluiu.

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