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Profissionais de mídia latino-americanos condenam resolução europeia contra mídia russa

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A resolução aprovada pelo Parlamento Europeu para reforçar sua estratégia de comunicação perante a alegada "propaganda hostil" da Rússia contra a UE é uma questão preocupante para jornalistas latino-americanos.

Na opinião deles, tal medida representa um ataque contra a liberdade de expressão.

A resolução denuncia as mídias russas, principalmente a Sputnik e o canal RT, de atacarem a União Europeia com uma suposta campanha de desinformação.

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Segundo informou à Sputnik Mundo a Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas do Brasil (FENAJ) Maria José Braga, na opinião da entidade a resolução é "muito preocupante", pois o documento "vincula claramente os meios de comunicação com organizações terroristas" de maneira "inadequada".

Segundo Braga, se trata da "intenção de prejudicar a liberdade de imprensa" e de um "ataque direto contra trabalhadores" da mídia.

"Quando os meios de comunicação são igualados a organizações terroristas, os profissionais que trabalham nestes meios são qualificados de terroristas", explica.

De acordo com ela, uma afirmação desta espécie não pode ser aceita "em nenhuma circunstância".

"Achamos que todas as entidades de defesa de jornalistas do mundo devem se pronunciar", opinou Braga.

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Por seu turno, a presidente da Associação Nacional da Imprensa Uruguaia (APU) Victoria Alfaro falando à Sputnik Mundo chamou de "alarmante" a resolução, pois o documento "cria um precedente" por ser dirigido "tão claramente" contra a mídia de um país.

Raúl Kollmann, editor do jornal argentino Página 12, comentou à Sputnik Mundo que "quando as maiores mídias só repetem aquilo que os governos e as multinacionais dizem, há tentativas de silenciar as vozes que dizem algo diferente e que têm uma visão diferente".

O argentino Alberto López Girondo, editor internacional do diário Tempo Argentino e colunista da revista Acción, acha que os europeus "preferem que não haja vozes que questionam o que eles estão fazendo".

"Qualquer voz que reflete o apoio recebido pelos grupos terroristas dos países ocidentais é uma voz que preocupa a Europa porque está contando o que os europeus fazem", frisa.

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Samuel Blixen, jornalista e professor da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade da República do Uruguai disse à Sputnik Mundo que o conteúdo da resolução reflete uma "acusação desonesta que se propaga aos jornalistas". Na opinião dele, essa ação, "como sempre, tem um motivo político". Concluindo, ele opina que a resolução pode ser considerada como "terrorismo de Estado".

O Parlamento Europeu aprovou um documento que compara as agências russas Sputnik e RT à propaganda do Daesh. Com a resolução, Bruxelas pode destinar uma verba de 1 milhão de euros (R$ 3,6 milhões) ao grupo de trabalho encarregado da contenção da Rússia na área midiática.

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