O custo da investigação supera 4 milhões de dólares e esta será realizada até 2020, informou o Ministério da Cultura da Alemanha num comunicado divulgado no sábado passado (26). Pelo menos um quarto do orçamento será alocado para descobrir a influência nazista no núcleo da política alemã – a Chancelaria Federal.
Os investigadores vão prestar atenção especial às ligações pessoais de oficiais nazistas antes do fim da guerra e como estes mudaram após 1945, especialmente na chancelaria e em outros órgãos governamentais, destacou o jornal Deutsche Welle.
De quem se trata?
Globke é famoso também por ser coautor dos comentários oficiais às leis de Nuremberga, que serviram de base jurídica para a perseguição dos judeus.
O projeto ambicioso lançado na Alemanha analisará também a influência de advogados da era nazista que ocuparam mais tarde altos postos no Ministério da Justiça alemão. De acordo com o relatório governamental divulgado em outubro e citado pelo Sueddeutsche Zeitung, em 1957 cerca de 77% de todos os funcionários do ministério eram ex-membros do Partido Nazista.
Embora a ideia pareça boa, existe uma série de obstáculos que podem minar o processo. Em particular, muitos documentos que têm a ver com altos responsáveis da época pós-guerra e suas possíveis ligações com os nazistas continuam sendo classificados. Muitos deles até mesmo foram destruídos pelos serviços secretos alemães.
E, mais do que isso, nos finais de anos 1990 a Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND na sigla em alemão) introduziu medidas extraordinárias de segurança em relação a informação controversa sobre Alois Brunner.
O alto oficial das SS (em português "Tropa de Proteção"), ligado diretamente a Adolf Hitler, foi também confidente próximo de Adolf Eichmann e, depois, segundo várias informações, trabalhou no BND durante certo tempo.