'Atitude do público latino-americano com Sputnik será oposta à esperada'

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O fato de o Parlamento Europeu ter aprovado a resolução contra a mídia russa quer dizer que os países da Europa Ocidental estão retrocedendo para a época em que a atividade da mídia se regulava pela censura, disse o embaixador russo no Uruguai, Aleksei Labetsky, em uma entrevista à Sputnik Mundo.

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"A decisão do Parlamento Europeu em si mesma significa que, infelizmente, nossos vizinhos da Europa Ocidental, de propósito ou não, voltam ao período do passado em que a censura regulava a atividade da mídia, se esquecendo que já estamos vivendo em um mundo algo diferente, no qual os sistemas de comunicação permitem a todos os cidadãos sem exceções, em qualquer país do mundo, ter acesso a vários pontos de vista. A tentativa de estigmatizar, restringir — tudo isto pertence ao dicionário político e aos lemas do passado", afirmou o embaixador.

Ele frisou que a mídia russa não representa uma ameaça nem para a Europa, nem seja para quem for, tais como quaisquer outras mídias normais; a ameaça consiste precisamente nas próprias tentativas de apresentar a atividade da mídia como uma ameaça.

A resolução do Parlamento Europeu, aprovada na semana passada, menciona a agência Sputnik e o canal de televisão Russia Today, nomeando-as como as principais ameaças midiáticas, enquanto a luta contra a "propaganda do Kremlin" é colocada ao mesmo nível do combate ao Daesh.

O embaixador sublinhou que a atitude do público latino-americano para com a Sputnik e o RT será diametralmente oposta à esperada pelos arquitetos da resolução.

"Ou seja, as pessoas que se interessam pelos acontecimentos internacionais, se interessam por nosso país [a Rússia], por aquilo que se passa no Oriente Médio, vão usar ativamente a informação do RT e da Sputnik", destacou o diplomata à Sputnik Mundo.

O embaixador também parabenizou os correspondentes da Sputnik e os jornalistas do canal RT pelo fato de "esta resolução do Parlamento Europeu ser, aos olhos da maioria de pessoas que vivem em um mundo real, um reconhecimento dos méritos de ambas as organizações que ganharam seu auditório, que estão fornecendo informação objetiva, que atraem espectadores e ouvintes".

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A resolução, que tem caráter de recomendação, foi apoiada por 304 deputados, 179 se manifestaram contra e 298 se abstiveram, ou seja, menos de metade dos votantes se expressou inequivocamente a favor.

Dentro do próprio Parlamento Europeu o documento provocou uma reação contraditória. Uma série de parlamentares o chamou de parcial, propagandista, de uma farsa irresponsável e de uma recordação ofensiva da Guerra Fria.

A Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) chamou a resolução de "disparate russófobo", enquanto o presidente Vladimir Putin parabenizou os jornalistas da Sputnik e do RT pelo trabalho eficaz e destacou "uma evidente degradação da noção de democracia na sociedade ocidental".

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