Ele frisou que a mídia russa não representa uma ameaça nem para a Europa, nem seja para quem for, tais como quaisquer outras mídias normais; a ameaça consiste precisamente nas próprias tentativas de apresentar a atividade da mídia como uma ameaça.
A resolução do Parlamento Europeu, aprovada na semana passada, menciona a agência Sputnik e o canal de televisão Russia Today, nomeando-as como as principais ameaças midiáticas, enquanto a luta contra a "propaganda do Kremlin" é colocada ao mesmo nível do combate ao Daesh.
O embaixador sublinhou que a atitude do público latino-americano para com a Sputnik e o RT será diametralmente oposta à esperada pelos arquitetos da resolução.
"Ou seja, as pessoas que se interessam pelos acontecimentos internacionais, se interessam por nosso país [a Rússia], por aquilo que se passa no Oriente Médio, vão usar ativamente a informação do RT e da Sputnik", destacou o diplomata à Sputnik Mundo.
O embaixador também parabenizou os correspondentes da Sputnik e os jornalistas do canal RT pelo fato de "esta resolução do Parlamento Europeu ser, aos olhos da maioria de pessoas que vivem em um mundo real, um reconhecimento dos méritos de ambas as organizações que ganharam seu auditório, que estão fornecendo informação objetiva, que atraem espectadores e ouvintes".
Dentro do próprio Parlamento Europeu o documento provocou uma reação contraditória. Uma série de parlamentares o chamou de parcial, propagandista, de uma farsa irresponsável e de uma recordação ofensiva da Guerra Fria.
A Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) chamou a resolução de "disparate russófobo", enquanto o presidente Vladimir Putin parabenizou os jornalistas da Sputnik e do RT pelo trabalho eficaz e destacou "uma evidente degradação da noção de democracia na sociedade ocidental".