Rio mais extenso do mundo será construído na Índia

© flickr.com / PIVISORio Ganges, Varanasi, Índia
Rio Ganges, Varanasi, Índia - Sputnik Brasil
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Para combater inundações e secas, a Índia pretende interligar grandes rios, criando uma rede de 12.500 quilômetros de comprimento.

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O projeto, apoiado pelo primeiro-ministro Narendra Modi, visa ligar 14 rios do norte da Índia e 16 das regiões ocidental, central e meridional do país através de 30 canais. O objetivo principal do projeto estaria ligado à redução de secas e inundações, criação de 35 milhões de hectares de terra arável, bem como à geração de 34 mil megawatts de energia hidrelétrica. 

Entretanto, especialistas ambientais acreditam que a iniciativa trará para Índia mais pontos negativos do que positivos. 

Primeiramente, deve-se levar em consideração que as oscilações climáticas causaram mudanças no regime de chuvas e que a instalação de uma enorme rede de canais, durante este instável período, não seria uma decisão sábia. 

"A escassez de água de hoje pode se tornar um excedente de água no futuro devido à mudança climática", disse Sachin Gunthe do Instituto Indiano de Tecnologia em Madras, citado pela revista New Scientist

Os geólogos também observam que a interligação dos rios pode prejudicar a agricultura, uma vez que as terras agrícolas foram construídas ao longo de séculos em planícies de inundação e perto das margens de rios. 

Além disso, enquanto a iniciativa é direcionada para reduzir inundações, ela completamente ignora o fato de que as inundações carregam enormes volumes de lodo, responsável pela redução da erosão costeira. 

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O programa prevê a construção de vastos reservatórios para controlar e armazenar água, de acordo com Sunita Narain, diretora da ONG em Delhi, Centro de Ciência e Meio Ambiente. Segundo ela, os reservatórios causarão o deslocamento de milhares de pessoas. 

Os animais selvagens também sofrerão severamente, pois o projeto visa à destruição de cerca de 4.100 hectares de floresta, incluindo os 58 quilômetros quadrados da reserva dos tigres de Panna. 

Apesar de todos os alertas dos ativistas ambientais, o governo parece determinado a seguir em frente com a realização do projeto, que, tudo indica, começará em breve.

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