Para comentar as reviravoltas geopolíticas em torno da Síria, Sputnik Turquia convidou o especialista militar, ex-conselheiro de política externa do presidente do Partido de Ação Nacionalista turco, Celalettin Yavuz.
"Quanto à reformulação cardinal da política síria no Ocidente, vale dizer, em primeiro lugar, que hoje não podemos mais falar do Ocidente como uma entidade única. Eleições ocorreram nos EUA. A vitória foi de Trump, o que foi algo indesejável e inesperado para UE", disse o interlocutor da Sputnik.
"Em segundo lugar, a própria União Europeia está rachada. Brexit foi um golpe muito forte para o projeto de unificação europeu… Ideias nacionalistas radicais estão cada vez mais populares na Europa. Tudo isso reflete de modo negativo sobre os mecanismos de tomada de decisão na UE", explicou o especialista.
"Os objetivos políticos dos EUA na Síria não estão claros. Os americanos afirmam estar combatendo o Daesh. Ao mesmo tempo, estão combatendo as tropas de Assad. Os militantes do Daesh estão recuando, aos poucos. Mais cedo ou mais tarde eles serão expulsos de Al-Bab e depois de Raqqa. Assim, maior parte do território da Síria estará livre do Daesh. Mas o que acontece depois? Washington possui uma política concreta para o futuro da república árabe? Eu penso que não", lamentou o militar.
"Acredito que alguma definição surgirá somente depois de 20 de janeiro. Ou seja, depois do novo presidente, Donald Trump, assumir oficialmente o cargo. Seria bom se ele permanecesse fiel às promessas de combater o Daesh em conjunto com a Rússia e a Síria, feitas durante o processo eleitoral", concluiu Celalettin Yavuz.