OTAN 'deveria aceitar e incentivar' os interesses comuns com Rússia

© AP Photo / JANEK SKARZYNSKI / AFPTropas da OTAN realizam desembarque massivo de anfíbio na costa de Utska, na Polônia do Norte, durante os exercícios militares marítimos da OTAN BALTOPS (operações bálticas), em 17 de novembro de 2015, no mar Báltico.
Tropas da OTAN realizam desembarque massivo de anfíbio na costa de Utska, na Polônia do Norte, durante os exercícios militares marítimos da OTAN BALTOPS (operações bálticas), em 17 de novembro de 2015, no mar Báltico. - Sputnik Brasil
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A Aliança Atlântica deveria se dedicar à realização de diálogo com a Rússia apoiado nos interesses mútuos. Tal afirmativa é defendida pelo general dos EUA, John Allen, e por um grupo de especialistas na segurança que defendem a existência de um forte contraste na retórica da OTAN em relação a Moscou.

"Já que o diálogo [entre Rússia e OTAN] é muito difícil, seria importantíssimo que a Aliança Atlântica, juntamente com a UE, com os EUA e os esforços bilaterais, tentasse manter algum nível de compromisso com Rússia, senão a nível previsto quando foi assinado o Ato de Fundação em 1997 entre a Rússia e a OTAN", escreveram os analistas em um documento publicado como anexo do Projeto de Adaptação do GLOBSEC (fórum de segurança Globsec em Bratislava).

Segundo o general Allen, ex-comandante de Comando Central dos Estados Unidos da América, a Rússia partilha "muitos interesses comuns" com os membros da OTAN e tais interesses "devem ser aceitos e incentivados".

"Além disso, por ser impossível ignorar as situações na Ucrânia e na Síria ou a coerção cibernética e híbrida de Moscou contra os estados aliados, a segurança, a dissuasão e o diálogo devem fazer parte do método triplo de balanço das negociações com a Rússia de Putin", acrescentam os analistas.

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Os especialistas, incluindo o ex-ministro da Defesa italiano, Giampaolo Di Paola, o ex-comandante do Comando Conjunto das Forças Aliadas general, Lobo Langheld, o professor francês, Julian Lindley, o vice-presidente da Associação do Tratado do Atlântico e enviado da Eslováquia à OTAN, Tomas Valasek, frisam que o início de uma nova Guerra Fria entre Rússia e Ocidente é "improvável". No entanto, segundo eles, Moscou visivelmente representa uma ameaça para o bloco.

A Aliança Atlântica tem sido cada vez mais assertiva nos últimos anos, conduzindo a realização de enormes jogos de guerra, implantando mais forças perto das fronteiras da Rússia e financiando gastos excessivos na defesa.

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O Projeto de Adaptação do GLOBSEC busca analisar os desafios que o bloco enfrenta e oferecer caminhos que possibilitem a adaptação da aliança às mudanças do ambiente de segurança. O primeiro documento foi publicado no final de novembro deste ano. O projeto será apresentado na reunião dos ministros das Relações Exteriores da OTAN, que será realizada nos dias 6 e 7 de dezembro.

​As questões prioritárias da próxima reunião incluem a cooperação da OTAN com a UE, a presença do bloco no Afeganistão, reforço das capacidades dos países aliados do leste e do sul, bem como a segurança na Ucrânia. As duas últimas provavelmente foquem na Rússia, mas isso não foi mencionado.

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