A Sputnik falou com Binali Yildirim, primeiro-ministro da Turquia sobre esse tema, bem como sobre as negociações de adesão de Ancara à União Europeia, sobre o uso das moedas nacionais no comércio bilateral entre a Turquia e a Rússia e sobre vários outros assuntos.
Sputnik: Está satisfeito com os ritmos de normalização das relações entre a Rússia e a Turquia? Que medidas ulteriores foram discutidas nas negociações em Moscou?
S: Em Ancara disseram que um dos objetivos da sua visita foram as negociações sobre o uso de moedas nacionais no comércio bilateral, estas negociações avançaram? Que obstáculos existem?
BY: Discutimos este assunto. O lado russo também está interessado nisso. Os bancos já estão considerando a questão de que modo este desígnio pode ser realizado, porque, para que possa ser realizado, existem questões técnicas que têm que ser examinadas. Mas a Rússia, bem como a Turquia, consideram esta proposta de modo positivo.
S: Nas negociações em Moscou foi discutida a crise síria. A Rússia e a Turquia conseguiram se aproximar na posição sobre a Síria?
BY: Sem dúvida, nesta fase compreendemos melhor um ao outro, como nunca antes. Em termos da visão sobre a crise síria, temos uma abordagem comum.
S: As notícias na mídia sobre as negociações entre representantes da Rússia e da oposição síria relativamente à situação em Aleppo com a mediação de Ancara correspondem à realidade? Hoje a coalizão nacional da Síria declarou que estas negociações tiveram lugar, mas terminaram sem resultados. Como você pode comentar estas declarações?
S: A Rússia e os EUA estão negociando para resolver problema em Aleppo, em particular eles discutem o mecanismo de retirada da cidade de todos os militantes. Como a Turquia vê o seu papel nesta questão?
BY: A Turquia está precisamente tratando desta questão. Desde o início que nossos esforços são destinados a expulsar de Aleppo todos agrupamentos terroristas. Os que representam o Exército Livre da Síria combatem para libertar o país dos elementos desnecessários. Todos nós juntos devemos eliminar os elementos presentes: o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia), a Frente al-Nusra, o Partido da União Democrata. É necessário claramente separar os que lutam para libertar o seu país dos que são organizações terroristas reconhecidas por todos. O nosso objetivo comum é a luta contra os grupos terroristas. Por isso, fazemos tudo o que é possível nesse sentido.
S: É possível falar do progresso na separação dos oposicionistas dos terroristas na Síria?
S: As relações entre a Turquia e a União Europeia pioraram devido à posição de Bruxelas em relação aos processos políticos na Turquia, as negociações sobre adesão da Turquia foram congeladas. Tem Ancara a intenção de revogar o seu pedido para aderir à UE?
BY: A Turquia e a União Europeia têm uma história longa de relações, de vez em quando elas se desenvolvem bem, e de vez em quando acontecem crises. Com todos os países isso é possível, por exemplo, com a Rússia, também tivemos um período de crise.
A decisão tomada pelo Parlamento europeu não tem muito peso. Esta situação é semelhante àquela decisão que recentemente foi tomada em relação à agência Sputnik. Na União Europeia não estão muito satisfeitos com as notícias que a Sputnik publica, por isso eles querem impor restrições a esta mídia. Por um lado, eles falam sobre a liberdade de expressão, por outro usam-na somente em seus próprios interesses. É uma política de padrões duplos.
Mas nós não temos a intenção de revogar nosso pedido de adesão à UE, não temos e não tivemos. A União Europeia tem que pensar muito sobre os passos que dá, não por pensar em nós mas para o seu próprio futuro. O futuro e a segurança da União Europeia não são possíveis sem a Turquia. A Rússia e a Turquia têm muitos pontos de contato com a UE nas diferentes áreas. Por isso, quando eles tomam decisões têm que pensar muito bem a que resultados estas decisões podem levar.