Eles (jornalistas) pediram para esclarecer se a China é realmente o parceiro principal da Rússia. "Absolutamente", respondeu o Chefe de Estado.
"Nós temos todas as razões para dizer, e eu refiro isso com grande satisfação, que com a China nós temos umas relações verdadeiramente amigáveis e em muitas áreas fundamentais. Sem qualquer exagero, nós temos relações estratégicas. Como nós dizemos, um caráter estratégico de parceria privilegiada".
Isso foi afirmado pelo presidente russo Vladimir Putin em entrevista ao canal de televisão Nippon e ao jornal Yomiuri.
"Estamos pensando em possível colaboração, e estamos cooperando ativamente no espaço de forma bilateral, aqui há boas perspectivas", declarou o presidente.
Vladimir Putin explicou aos jornalistas japoneses o projeto de construção da ferrovia de alta velocidade entre Moscou e Kazan, com a possibilidade de seu prolongamento até ao Cazaquistão e à China. O presidente chamou atenção para o aumento permanente do volume da cooperação regional entre os dois países. "Quanto à cooperação regional, estão sendo construídas tanto estradas como pontes ", indicou.
Por um lado, o presidente constata fatos bem conhecidos, disse em entrevista à Sputnik China o chefe da Escola de Estudos Orientais da Escola Superior da Economia, Aleksei Maslov. Por outro lado, é muito importante que esses pontos, mencionados pelo presidente, tenham sido dados em entrevista a jornalistas japoneses. Ele apontou antes de mais para aqueles momentos positivos que estão faltando, em minha opinião, nas relações entre o Japão e a Rússia, apontou Aleksei Maslov:
Segundo as palavras de Aleksei Maslov, a Rússia e a China estão desenvolvendo diferentes áreas de cooperação:
"Em segundo lugar, as relações que têm sido desenvolvidas entre a Rússia e a China não são somente uma parceria na área do comércio. As partes estão trabalhando com bastante sucesso para mudar as estruturas das relações comerciais."
Assim, o especialista chega à conclusão que agora as relações entre dois países atingiram um nível elevado:
"A China, em geral, apoia uma situação quando a Rússia está se movendo de uma parceria exclusivamente baseada no comércio de matérias-primas para uma parceria no fornecimento de bens para a China. A China, por sua vez, abre seus mercados à Rússia, além disso, a Rússia e a China criaram, nos últimos anos, várias plataformas de comércio eletrônico que a Rússia, na verdade, não tem com qualquer outro país. Finalmente, a Rússia, pela primeira vez em muitos anos, permitiu à China entrar nos seus campos de petróleo e gás do Yamal SPG, em particular, isso também mostra o alto nível de confiança."
Além disso, é claro que há outro ponto muito importante — a Rússia e a China têm construído um elevado entendimento mútuo na área da segurança, não só na Ásia, mas também no mundo. Nós estamos falando de segurança financeira e estamos falando da luta contra a ameaça terrorista. E o que é mais importante, se trata da criação de um mundo multipolar. A Rússia e a China, neste caso, estão absolutamente de acordo em todas as posições.
Na verdade, a Rússia confirmou as posições que esteve defendendo durante as últimas décadas — vamos remover as divergências políticas, vamos desenvolver passo a passo a interação com o Japão, porque nada nos impede disso — não temos quaisquer problemas em desenvolver a cooperação econômica. Especialmente no Extremo Oriente russo, onde foi criado um clima único para investimentos.
Entretanto, Vladimir Putin falou de forma bastante dura sobre a possível transferência das ilhas. Moscou não tem disputas territoriais com o Japão, disse o presidente russo. "É o Japão que acredita ter problemas territoriais, mas nós estamos prontos para discutir o assunto", apontou.