"Nós encontramos o meio-termo ideal nos tamanhos de planetas frios. Apesar das teorias anteriores, descobrimos que, na maioria das vezes, os planetas possuem tamanho aproximado ao de Netuno, já o número de planetas pequenos, que antes considerávamos maioria, na verdade, é menor", declarou Daisuke Suzuki, pesquisador do Centro espacial de Goddard da NASA (EUA).
Suzuki e seus colegas chegaram a tal conclusão durante as observações de grande escala de mundos longínquos, com a ajuda do telescópio MOA-II, localizado na Nova Zelândia. A ferramenta, segundo os cientistas, é destinada a observações especiais: buscar traços de microlentes gravitacionais em estrelas longínquas.
Os cientistas aplicaram o método na realização do maior "censo" de planetas, que fazem parte da nossa galáxia. No total, foram observados 3,3 mil microlentes com a ajuda do telescópio MOA-II. Algumas dezenas foram criadas por planetas "invisíveis", entre eles, quatro planetas eram desconhecidos pelos cientistas.
Constatou-se que a maioria deles é proveniente de exoplanetas significativamente maiores em tamanho do que a Terra, mas menores do que Júpiter ou Saturno. Uma estrela típica da galáxia, cuja massa equivale a 40% se comparada a do Sol, um planeta "mediano", cuja massa é 10 a 40 vezes maior do que a da terra.
Tais planetas, chamados de "frios" netunos, foram descobertos pelos cientistas ainda no passado, tendo se tornado os pequenos corpos celestes mais comuns na galáxia.
Os cientistas foram pegos de surpresa, pois, de acordo com os cálculos teóricos, baseados em observações do telescópio espacial Kepler, na Via Láctea deveria haver mais análogos da Terra, que orbitam em volta de estrelas anãs vermelhas. Mas não é bem assim.
Por que isso acontece? Os cientistas supõem que a dominação dos netunos "frios" na Galáxia está ligada ao fato de eles serem formados na parte mais favorável para o "nascimento" de planetas do disco protoplanetário, localizada perto da "linha de neve".