Cientistas descobrem padrão dos planetas da nossa Galáxia

CC BY 2.0 / Stuart Rankin / Imagem do espaço
Imagem do espaço - Sputnik Brasil
Nos siga no
As análises das "depressões" no tecido do espaço-tempo ajudaram cientistas a descobrir que, na nossa galáxia, há mais planetas parecidos em massa e caraterísticas com Netuno do que com a Terra, diz o artigo publicado pelo Astrophysical Journal.

"Nós encontramos o meio-termo ideal nos tamanhos de planetas frios. Apesar das teorias anteriores, descobrimos que, na maioria das vezes, os planetas possuem tamanho aproximado ao de Netuno, já o número de planetas pequenos, que antes considerávamos maioria, na verdade, é menor", declarou Daisuke Suzuki, pesquisador do Centro espacial de Goddard da NASA (EUA).

Suzuki e seus colegas chegaram a tal conclusão durante as observações de grande escala de mundos longínquos, com a ajuda do telescópio MOA-II, localizado na Nova Zelândia. A ferramenta, segundo os cientistas, é destinada a observações especiais: buscar traços de microlentes gravitacionais em estrelas longínquas.

© NASAGaláxia Triangle II (foto de arquivo)
Galáxia Triangle II (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Galáxia Triangle II (foto de arquivo)

Marte - Sputnik Brasil
Planetólogos descobrem mais um 'elemento de vida' em Marte
De acordo com o artigo dos cientistas, as microlentes gravitacionais surgem quando uma estrela encobre a emissão de luz de outro astro que está sendo observado a partir do planeta Terra. A atração gravitacional da estrela mais próxima a nós distorce e intensifica a luz do segundo corpo celeste, deixando-o mais brilhante para nós. Se, em volta do astro mais próximo, estiver rodeando um planeta, o brilho emanado por ele varia periodicamente quando ele passa pelo disco da estrela.

A cratera grande de Occator, no planeta anão Ceres, iluminada de cores irreais para mostrar as diferenças no perfil da superfície - Sputnik Brasil
No planeta anão mais próximo do Sol, há jazidas de gelo (VÍDEO)
Um método semelhante vem sendo usado com frequência pelos astrônomos na busca por planetas extrassolares, ou seja, muito distantes do nosso. Mas, ele possui uma falha: encontra-se o planeta, mas não é possível entender onde ele está localizado devido aos cálculos errôneos da distância até o astro. Por outro lado, o uso da microlente permite encontrar planetas até mesmo muito pequenos, que ficam a uma grande distância do astro, enquanto outros meios, como o método de trânsito ou a técnica de velocidades radiais, simplesmente não demonstram resultado algum.

Os cientistas aplicaram o método na realização do maior "censo" de planetas, que fazem parte da nossa galáxia. No total, foram observados 3,3 mil microlentes com a ajuda do telescópio MOA-II. Algumas dezenas foram criadas por planetas "invisíveis", entre eles, quatro planetas eram desconhecidos pelos cientistas.

Constatou-se que a maioria deles é proveniente de exoplanetas significativamente maiores em tamanho do que a Terra, mas menores do que Júpiter ou Saturno. Uma estrela típica da galáxia, cuja massa equivale a 40% se comparada a do Sol, um planeta "mediano", cuja massa é 10 a 40 vezes maior do que a da terra.

© NASA . NASAComparação de tamanho de exoplaneta recentemente descoberto Kepler -10c (no centro) com a Terra (à esquerda) e Netuno (à direita), NASA.
Comparação de tamanho de exoplaneta recentemente descoberto Kepler -10c (no centro) com a Terra (à esquerda) e Netuno (à direita), NASA. - Sputnik Brasil
Comparação de tamanho de exoplaneta recentemente descoberto Kepler -10c (no centro) com a Terra (à esquerda) e Netuno (à direita), NASA.

Tais planetas, chamados de "frios" netunos, foram descobertos pelos cientistas ainda no passado, tendo se tornado os pequenos corpos celestes mais comuns na galáxia.

Os cientistas foram pegos de surpresa, pois, de acordo com os cálculos teóricos, baseados em observações do telescópio espacial Kepler, na Via Láctea deveria haver mais análogos da Terra, que orbitam em volta de estrelas anãs vermelhas. Mas não é bem assim.

Por que isso acontece? Os cientistas supõem que a dominação dos netunos "frios" na Galáxia está ligada ao fato de eles serem formados na parte mais favorável para o "nascimento" de planetas do disco protoplanetário, localizada perto da "linha de neve".

Astronauta Buzz Aldrin anda pela superfície lunar durante a 11 missão Apollo - Sputnik Brasil
Nova sonda russa logo revelará se americanos na verdade foram à Lua
Segundo os cientistas, uma linha de neve seria a fronteira imaginária entre a parte quente do disco, onde as moléculas de água e gás simplesmente são inexistentes, e a metade fria, onde há gás e gelo em abundância. A luz do astro recém-nascido expulsa o gás da parte "quente" do disco, recebendo enorme quantidade de material para o seu futuro crescimento, concluem os cientistas.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала