Segundo diz o periódico, muitos serviços midiáticos ocidentais, por ingenuidade ou com fins lucrativos, trabalham só com a permissão da Frente al-Nusra (que mudou o nome para a Frente Fatah al-Sham) e da Ahrar al-Sham, que é controlada pelo grupo terrorista Al-Qaeda, proibido em muitos países do mundo.
Em um futuro próximo, diz Cockburn, este vácuo será preenchido com a informação das fontes controladas pelos radicais. Como exemplos, ele cita a morte do fotojornalista norte-americano James Foley e do jornalista norte-americano Steven Sotloff, do jornal Time, em 2014.
Ao se referir ao relatório da organização não governamental Amnesty International, o jornal frisa que são não só os jornalistas ocidentais que correm o risco da morte, mas também os habitantes locais que "vivem em um constante medo de serem sequestrados se criticarem as ações dos grupos armados no poder".
"Eles regulam o que podemos dizer e o que não. Você concorda com suas regras e política ou simplesmente some", diz o jornal citando um ativista da mídia.
De acordo com a publicação, "tem sido conveniente para a mídia internacional transmitir vídeos e entrevistas de Aleppo oriental via Skype, como se eles fossem fornecidos de modo tão simples como em Copenhague ou Edimburgo". Caso contrário, a matéria não seria convincente, já que as pessoas na gravação estariam assustadas, se ouviriam bombardeios, etc.
Em particular, conforme o autor, um jornalista contou como lhe tinham oferecido uma renumeração de 17 mil dólares por mês para participar do projeto que propagandeia a mídia de oposição e foi criado com o apoio do governo britânico.