Segundo o lado chinês, os marinheiros descobriram um "objeto não identificado" e o recolheram da água para "evitar possível perigo para segurança de navegação e das tripulações de navios de passagem". A guarnição do navio chinês tratou devidamente do objeto e, após estabelecer que o aparelho pertencia aos EUA, foi tomada a decisão de devolver o objeto aos proprietários. Esta é a versão dos acontecimentos oferecida pelo Ministério da Defesa chinês, lembrou o especialista russo.
Segundo os americanos, o aparelho era usado para medir a densidade, salinidade e outros indicadores do mar do Sul da China.
"Eles [os indicadores] são necessários para a calibragem correta de radares hidroacústicos de navios e submarinos. O custo dele [do drone] é de 150 mil dólares e na sua essência o aparelho é um objeto civil que não tem grande valor militar. O senhor Cook especificou também que não poderiam surgir dúvidas a ninguém sobre a pertença do aparelho porque no corpo deste está escrito 'propriedade dos EUA'", disse o especialista à Sputnik China.
Mesmo assim, o representante oficial do Ministério da Defesa chinês Yang Yujun declarou que infelizmente o lado americano decidiu "dramatizar a situação". Mas Pequim também tem suas próprias razões para dar mais atenção a casos destes. Falando à Sputnik China, Shen Shishun, chefe do Centro de Estudos do Pacífico Sul, disse:
"O drone submarino americano estava nas águas do mar do Sul da China com o objetivo de cumprir tarefas militares, primeiramente para recolher dados sobre a atividade naval da China. Todos sabem que os EUA estão permanentemente vigiando as águas da China com os mais diversos meios."
Mas a vigilância tem um sentido ainda mais profundo do que a simples segurança ou economia, acredita o especialista.
"Após Trump ocupar o posto presidencial, as divergências entre os EUA e a China na questão do mar do Sul da China, que já se assumem como questões de princípio, podem se tornar ainda mais profundas. A chamada ‘livre navegação’ que os EUA, segundo declaram, estão protegendo no mar do Sul da China, na opinião da China é 'abuso'", disse.
"No passado, os EUA durante muito tempo fizeram no espaço marítimo tudo o que queriam. A China não tinha plenas capacidades para proteger seus interesses marítimos. Agora a China pode garantir a segurança das suas águas territoriais. Assim, o comportamento do lado chinês [no incidente com o drone] é bastante lógico e natural, mas para os EUA essa reação foi 'inesperada'", disse o especialista Shen Shishun.