O problema é que eles não seguem os acontecimentos de guerra no local, mas apenas estão sentados frente a seus computadores e dispositivos, atacando no twitter e copiando notícias de Al-Jazeera ou publicando artigos sem citar fontes autênticas.
Mas há outro tipo de jornalistas também. A Sputnik Itália falou com Sebastiano Caputo, que chegou recentemente da Síria onde trabalhou como repórter e é coautor do livro "Às portas de Damasco" ("Alle porte di Damasco").
Segundo o jornalista italiano, o objetivo deste comportamento é desestabilizar a Síria e atacar o Irã e a Rússia porque os dois países acima mencionados são aliados dos EUA no Oriente Médio.
"A cobertura da libertação de Aleppo atingiu seu auge em número de mentiras, embora não devamos esquecer que todas as notícias sobre o tema estão sendo falsificados já por cinco anos", notou.
Em particular, segundo Caputo, os jornalistas usam fontes anônimas, contas de twitter indistintas, e o site Repubblica até citou a mensagem de um terrorista famoso no Oriente Médio por ser um dos membros da Al-Qaeda.
O jornalista italiano também partilhou sua posição dura sobre a própria essência da mídia ocidental:
"A mídia ocidental é hipócrita, eles mostram as pessoas comuns como se elas só morressem por culpa de uma parte do conflito. Isso não me surpreende, porque a Europa e o Ocidente nasceram com base em uma grande hipocricia – falamos da libertação da Europa do nazismo pela América [do Norte]. Os EUA nos libertaram do nazismo lançando bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, bombardeando Dresden, Milão e Roma quando a guerra já tinha acabado. Não lhes cabe a eles discursar sobre civis inocentes mortos sem motivo."
"Na verdade todo o mundo sabe que os militantes sírios são grupos radicais e mercenários. Os militantes não querem ser filmados em vídeo, durante a evacuação, porque eles não se parecem com sírios. Entre eles há georgianos, chechenos, afegãos e paquistaneses", disse.