Segundo informações prestadas pela Embratel à Sputnik Brasil, o novo satélite brasileiro é resultado de mais de US$ 400 milhões de investimento. Ele está equipado com as Bandas C, Ku e Ka que vão permitir novos serviços de internet e banda larga de baixo custo.
Nono integrante da frota da Embratel, o Star One D1 faz parte da quarta geração de satélites e complementa a estrutura composta por cinco satélites em órbita geoestacionária e por três em órbita inclinada que a empresa possui. O equipamento tem 28 transponders (receptores e transmissores de sinais) em Banda C que garantem disponibilidade de sinais de voz, TV, rádio e dados, incluindo internet. Tem ainda 24 transponders na Banda KU que asseguram oferta de transmissão de vídeos, além de internet e telefonia para localidades remotas.
Quem acompanhou de perto mais esse lançamento na Guiana Francesa foram os técnicos da Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão que tem como uma das principais missões manter o controle e o registro de todos os objetos espaciais brasileiros no que diz respeito à parâmetros orbitais e de comunicação, quais frequências são usadas em que tipos de cobertura. Hoje, no Brasil, Star One, Telesat e Hispasat são empresas que operam satélites de comunicação. Em futuro próximo, a Telebrás se juntará ao grupo com o lançamento do SGVC. Todas operam em torno de três a dez satélites.
Pedro Kaled, tecnologista da AEB, explica que quase todos os satélites de comunicação ficam em uma órbita geoestacionária a uma altitude de 36 mil quilômetros.
"Nessa órbita, o tempo que o satélite leva para dar uma volta ao redor da Terra é o mesmo tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno do próprio eixo. Para alguém que está no solo o satélite parece parado no céu independente da hora do dia. Por isso as antenas de satélite, como as de TV a cabo, por exemplo, ficam apontadas para o mesmo lugar."
Segundo Kaled, o Brasil tem mostrado continuidade em projetos muito importantes, como com a China, e os próprios projetos de desenvolvimento brasileiros, entre eles a plataforma multimissão, o veículo lançador de microsatélites e bastante satélites universitários.
"A gente viu no mundo uma revolução nos últimos anos na área espacial. Essa revolução começou com a popularização dos meios de lançamento. Depois de um tempo isso levou à criação, em vários lugares do mundo — nos Estados Unidos bastante mas também na Rússia e na Europa — de empresas que estão lançando e operando satélites para geração de negócios, o chamado newspace. O Brasil também está se posicionando para fortalecer a indústria nacional e poder competir nesse novo cenário."