O anúncio destes grupos da oposição foi transmitido pela mídia ocidental na terça-feira (03). Dez grupos rebeldes anunciaram que suspendem as discussões sobre a conferência de Astana ou em relação ao cessar-fogo "até que este seja completamente observado".
Estes grupos se referem a "violações graves e frequentes" nas áreas de Wadi Barada e Ghouta oriental, ocupadas por rebeldes perto da capital síria Damasco.
Makki destacou que "o anúncio dos grupos da oposição síria contradiz a resolução da ONU que foi votada por unanimidade por todos os países ainda no sábado".
Segundo ele, a área de Wadi Barada não fazia parte do acordo de cessar-fogo. Por isso as alegações dos grupos rebeldes sobre violação do cessar-fogo são incorretas.
O especialista acrescenta que a maioria dos grupos rebeldes que fizeram tal anúncio estão do lado dos jihadistas.
Makki opina que Qatar e Arábia Saudita estão tentando se vingar pressionando estes grupos rebeldes a abandonarem esse acordo.
Segundo o especialista, o acordo inicial foi assinado por 8 grandes grupos que representam mais de 20-30 grupos menores. No total, há centenas de grupos de rebeldes na Síria, dos quais dois terços, representando cerca de 60 mil rebeldes, assinaram esse acordo.
A maioria dos grupos em redor de Damasco que rejeitaram o cessar-fogo são aqueles que se consideram ameaçados pela ofensiva do exército sírio perto da área de Wadi Barada. Mas Wadi Barada nunca foi parte do plano de cessar-fogo, explica o especialista. Na opinião dele, se trata de uma tentativa de prejudicar o acordo russo-turco.
Ao mesmo tempo Makki destaca que esses grupos rebeldes que pretendem boicotar as negociações de uma solução política em Astana não representam uma ameaça significativa ao plano de cessar-fogo, porque esse plano é apoiado pela Turquia.
"Muitos grupos e movimentos que aderiram ao acordo estão combatendo ao lado dos turcos perto da cidade de Al-Bab contra o Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia)", assinala o especialista.
Finalmente, Makki destaca o papel da presença russa na região que mudou consideravelmente a dinâmica interna da crise síria.
Em 31 de dezembro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade uma resolução de apoio ao cessar-fogo na Síria. O exército sírio e os grupos armados concordaram em respeitar o regime de cessar-fogo em todo o território da Síria a partir da meia-noite de 30 de dezembro.