Porém, na prática foi revelado, que Sweeney da BBC entrevistou Trump apenas uma vez na vida, quando Trump deu um fim à conversa antes do previsto, e fez apenas uma única pergunta ao presidente russo ao questionar se Putin lamenta a morte dos civis na Ucrânia.
Na verdade, a "investigação" se limita a várias entrevistas: com Michael Anthony, autor da biografia de Trump, escritora Anne Applebaum, homem público Aleskandr Dugin, ex-premiê russo Mikhail Kasyanov, ex-conselheiro político de Trump, Roger Stone, ex-agente da inteligência militar norte-americana Malcolm Nance, ex-líder do Partido da Independência do Reino Unido Nigel Farage e o presidente do Comitê Internacional do Conselho da Federação russo, Konstantin Kosachev.
Uma das perguntas-chave do programa foi a seguinte: "Por que Trump elogia tanto Putin?". Respondendo a isso, o jornalista se limitou a dizer que os líderes de direita simpatizam com o presidente russo, já que gostam da 'posição de forca' em geral.
Outro político russo, o ex-premiê Kasyanov, respondeu da seguinte forma quando perguntado "o Kremlin possui ou não dados comprometedores sobre Trump?":
"Eu tenho quase certeza, que, no quarto de Trump em Moscou, foram instalados aparelhos especiais."
O cofundador da empresa de defesa contra ciberameaças CrowdStrike, Dmitry Alperovich, por sua vez, afirma com toda a certeza que os hackers da Fancy Bears (que publicaram os documentos da Agência Internacional Antidoping) estão trabalhando a serviço do Departamento Central de Inteligência russo (GRU).
Para Sweeney, as declarações duras de Trump, inclusive em relação ao canal norte-americano CNN chamado por ele de agregador de "notícias falsificadas", são um "eco da política russa".
Caso os caminhos de Trump e Putin tomem rumos opostos, frisa o jornalista, "encararemos uma guerra fria mais fria que a outra".
Anteriormente, os EUA acusaram várias vezes a Rússia de efetuar ciberataques contra os servidores do Partido Democrata, visando ajudar Trump, candidato que venceu as presidenciais de 8 de novembro. Enquanto isso, o FBI não concordou com tais alegações. Os EUA nunca apresentaram uma prova que a Rússia estaria envolvida em ataques de hackers que buscavam influenciar o resultado das eleições norte-americanas.
Além disso, Peskov afirmou aos jornalistas que a informação sobre os alegados dados comprometedores sobre Trump à disposição da Rússia é "uma farsa, fabricação absoluta e disparate total". Segundo o oficial, não passa de "uma nova tentativa de prejudicar as relações entre a Rússia e os EUA".