Documentário da BBC sobre Putin e Trump profetiza uma guerra 'mais fria que a outra'

CC BY 2.0 / Elliott Brown / Agência britânica BBC
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O canal de TV britânico BBC One apresentou um documentário com duração de meia-hora intitulado “Trump: candidato do Kremlin?”. Na sinopse do documentário do jornalista John Sweeney, a obra é considerada como filme investigativo preparado por uma pessoa que já se encontrou com ambos os políticos.

Porém, na prática foi revelado, que Sweeney da BBC entrevistou Trump apenas uma vez na vida, quando Trump deu um fim à conversa antes do previsto, e fez apenas uma única pergunta ao presidente russo ao questionar se Putin lamenta a morte dos civis na Ucrânia.

Na verdade, a "investigação" se limita a várias entrevistas: com Michael Anthony, autor da biografia de Trump, escritora Anne Applebaum, homem público Aleskandr Dugin, ex-premiê russo Mikhail Kasyanov, ex-conselheiro político de Trump, Roger Stone, ex-agente da inteligência militar norte-americana Malcolm Nance, ex-líder do Partido da Independência do Reino Unido Nigel Farage e o presidente do Comitê Internacional do Conselho da Federação russo, Konstantin Kosachev.

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O último, por exemplo, reagiu com surpresa à pergunta de Sweeney, respondendo em só uma frase: "Não, a Rússia não hackeou a democracia norte-americana".

Uma das perguntas-chave do programa foi a seguinte: "Por que Trump elogia tanto Putin?". Respondendo a isso, o jornalista se limitou a dizer que os líderes de direita simpatizam com o presidente russo, já que gostam da 'posição de forca' em geral.

Outro político russo, o ex-premiê Kasyanov, respondeu da seguinte forma quando perguntado "o Kremlin possui ou não dados comprometedores sobre Trump?":

"Eu tenho quase certeza, que, no quarto de Trump em Moscou, foram instalados aparelhos especiais."

O cofundador da empresa de defesa contra ciberameaças CrowdStrike, Dmitry Alperovich, por sua vez, afirma com toda a certeza que os hackers da Fancy Bears (que publicaram os documentos da Agência Internacional Antidoping) estão trabalhando a serviço do Departamento Central de Inteligência russo (GRU).

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Na Ucrânia, Sweeney obteve histórias sobre os "crimes" da Rússia, enquanto a análise da composição da futura administração de Trump leva o jornalista a resumir que "enquanto uns deles tem uma postura crítica quanto à Rússia, outros estão ligados a ela de maneira admirável".

Para Sweeney, as declarações duras de Trump, inclusive em relação ao canal norte-americano CNN chamado por ele de agregador de "notícias falsificadas", são um "eco da política russa".

Caso os caminhos de Trump e Putin tomem rumos opostos, frisa o jornalista, "encararemos uma guerra fria mais fria que a outra".

Anteriormente, os EUA acusaram várias vezes a Rússia de efetuar ciberataques contra os servidores do Partido Democrata, visando ajudar Trump, candidato que venceu as presidenciais de 8 de novembro. Enquanto isso, o FBI não concordou com tais alegações. Os EUA nunca apresentaram uma prova que a Rússia estaria envolvida em ataques de hackers que buscavam influenciar o resultado das eleições norte-americanas.

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Ao comentar as declarações da ex-candidata democrata à presidência, Hillary Clinton, sobre a alegada intervenção russa na campanha eleitoral, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, chamou estas acusações de "absolutamente infundadas" que não têm nenhuma base, pois "não é apresentada prova alguma".

Além disso, Peskov afirmou aos jornalistas que a informação sobre os alegados dados comprometedores sobre Trump à disposição da Rússia é "uma farsa, fabricação absoluta e disparate total". Segundo o oficial, não passa de "uma nova tentativa de prejudicar as relações entre a Rússia e os EUA".

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