A estratégia de longo prazo do Ocidente prevê uma dominância global e o enfraquecimento de concorrentes potenciais em todos os locais de elevada importância. Entretanto, a Marinha russa já demonstra há vários anos que regressou ao oceano mundial por muito tempo e a sério. A presença permanente de navios militares russos preocupa os EUA e seus aliados que pretendem obter a dominância global.
A Marinha norte-americana possui planos globais na área de defesa antimíssil e um grupo significativo de satélites na órbita da Terra. Contudo, o navio de superfície com mísseis mais potente de hoje é o cruzador atômico pesado de mísseis Pyotr Veliky que será acompanhado pelas forças da OTAN perto do litoral da Escócia.
A Rússia constrói os submarinos mais modernos, cuja presença preocupa os EUA e a OTAN, os obriga a mudar de estratégia, se movendo para a fronteira russa por terra e mares interiores.
As novas unidades e sistemas de mísseis no Oeste da Rússia servem para arrefecer o ímpeto de Washington e Bruxelas. A estratégia hipersônica significa a ausência de limites tecnológicos no desenvolvimento de novos equipamentos militares russos.
O Ocidente está acostumado a avaliar os esforços russos no Oriente Médio apenas como uma demonstração da força militar. Contudo, a Rússia está lutando contra grupos terroristas na Síria. A coalizão norte-americana na região não pode apresentar nem a mesma legitimidade nem a mesma eficácia.
Agora a Rússia retira suas forças principais do Oriente Médio, mas surgem novas perspectivas. Países como a Síria, o Egito, a Líbia e a Tunísia estão a favor de presença da Marinha russa no mar Mediterrâneo. Mais cedo, o Ministério da Defesa russo anunciou um possível regresso de bases militares ao Egito, Cuba e Vietnã, notou Khrolenko. Desde o fim do século XX, a Rússia promoveu uma política pacífica e o Ocidente considerou isso como uma capitulação. No mesmo período o Ocidente começou realizando operações militares sem autorização da ONU. Isso significa que nenhum país soberano deve esperar a simpatia do Ocidente, mas contar com as suas próprias forças armadas. O grupo naval russo, certamente, irá regressar ao Mediterrâneo, opinou o analista.