A empresa privada Military Professional Resources (MPRI) foi a mão direita do Pentágono em todas as guerras nos Balcãs — da Croácia ao Kosovo. Nesta região do sul da Sérvia, que unilateralmente proclamou sua independência em 2008, os funcionários da MPRI continuam trabalhando até hoje: eles treinam os combatentes do futuro Exército do Kosovo.
O Pentágono contratou pela primeira vez essa empresa para trabalhar nos Bálcãs quando foi necessário preparar o exército croata para a Operação Tempestade (efetuada no verão de 1995). A operação militar resultou na destruição da autoproclamada República Sérvia de Krajina, que foi criada na Croácia em 1991 pela minoria sérvia que não queria que o país saísse da Iugoslávia e descontente com a linha de Zagreb de descriminação dos direitos do povo "não titular".
A Operação Tempestade levou 2 milhares de vidas, além disso, 250 mil residentes sérvios tiveram de fugir — principalmente para a Sérvia. Mas os militares americanos beneficiaram dessa operação, ganhando 50 milhões de dólares — foi esse o preço pagou o Departamento de Defesa dos EUA pelos seus serviços.
Mas regressemos aos anos 90. Na guerra da Bósnia, os funcionários da MPRI ajudaram os muçulmanos. Ao terminar esse trabalho, eles receberam duas vezes mais do que na Croácia (100 milhões de dólares). Além de realizar treinamentos, a inteligência dos EUA fornecia armamento aos militares bósnios. O fato de vigorar um embargo introduzido pela ONU, que proibia o fornecimento de armas a qualquer das partes em conflito, não os afetava.
Em dois anos no Kosovo, os militares da MPRI ganharam cerca de 200 milhões de dólares. Em 1999, após o fim dos bombardeios da Iugoslávia pela OTAN, a MPRI se dissimulou, preparando os albanos para o ataque contra a Macedônia em 2001. Samedin Dzezairi, o "comandante Hodza", foi nomeado o líder. Samedin Dzezairi é cidadão da Áustria, mas nasceu na Albânia. Durante a guerra do Kosovo, ele combateu no KLA. Entretanto, ele conheceu Bantz J. Craddock ainda durante as guerras do Afeganistão e da Chechênia.
Em 1996, Goldberg trabalhou como assistente do secretário de Estado adjunto, Strobe Talbott, que em conjunto com sua chefe, Madeleine Albright, desempenhou um papel importante nos bombardeios da Iugoslávia. Seu colega mais próximo era o alto funcionário do Departamento de Estado James B. Foley, que dois meses depois do ataque da OTAN contra a Iugoslávia apelou aos terroristas do KLA para "se transformarem" em uma organização política.
E o que aconteceu com a MPRI? Ela recebeu muito dinheiro pelos seus êxitos nos Bálcãs tanto do Pentágono, como de fundos privados, possivelmente ligados à família Clinton.