Senador russo: Rússia tem que dar um passo em direção aos EUA

© Sputnik / Aleksei Nikolsky / Acessar o banco de imagensChefe da empresa ExxonMobil, Rex Tillerson, durante o encontro com o então primeiro-ministro (agora presidente) da Rússia, Vladimir Putin, na residëncia em Novo-Ogarevo, abril de 2012
Chefe da empresa ExxonMobil, Rex Tillerson, durante o encontro com o então primeiro-ministro (agora presidente) da Rússia, Vladimir Putin, na residëncia em Novo-Ogarevo, abril de 2012 - Sputnik Brasil
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A Rússia deve propor aos EUA uma agenda que corresponda aos objetivos da Rússia, mas também seja do interesse dos Estados Unidos, considera Konstantin Kosachev, presidente do Comitê Internacional do Conselho da Federação.

Ele sublinhou que Trump representa a exigência por uma parte influente das elites americanas de uma viragem para a política interna.

"Será ela quem vai definir a agenda e a direção da política externa. E quanto maiores forem os problemas internos dos EUA, tanto com mais rigor irá a nova equipe agir no exterior, neste aspecto ninguém deve ter dúvidas. Quando for preciso, ela [a equipe] seguirá a direito, sem se preocupar com a opinião da comunidade internacional e com a legalidade", escreveu o senador no jornal russo Izvestia na segunda-feira (6).

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Segundo as primeiras estimativas, destaca Kosachev, é possível tirar a conclusão que o novo "turno de serviço" na Casa Branca vê os problemas na crescente liderança econômica da China, em que é visto um desafio direto aos EUA, e na ameaça por parte do terrorismo internacional. Mas tudo isso está sendo considerado do ponto de vista dos interesses diretos de Washington, acrescenta o senador russo.

Para além disso, diminuiu significativamente a rentabilidade e o papel global das empresas e mecanismos transnacionais, isto pode explicar a saída dos EUA do TPP (Acordo de Parceira Transpacífico), destaca Kosachev.

A linha russa

"No que diz respeito à Rússia, os potenciais riscos e ameaças podem ser previstos partindo dessa atitude de Washington. Em particular, são bem prováveis as tentativas de usar a Rússia nos "jogos" dos EUA contra países terceiros", assinala Konstantin Kosachev.
Ele também comenta que Trump não vê razões para confrontos com a Rússia, ao contrário da administração anterior.

"Para que o nosso papel nas relações russo-americanas não se reduza à procura de caminhos para sermos ‘incorporados' ao serviço dos interesses dos próprios EUA, devemos propor uma agenda alternativa que corresponda aos nossos objetivos, mas também seja do interesse dos EUA", considera o senador russo.

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A tentativa de associar o levantamento das sanções antirrussas ao desarmamento nuclear mostra que esse tema é muito importante para Trump, muito mais importante do que a Crimeia ou a Ucrânia.

Por isso, explica o político russo, é necessário formular algumas ideias na área do controle de armamentos e do desarmamento, da segurança em geral, inclusive da segurança cibernética que tanto incomoda os EUA nos últimos tempos. Como sublinha Kosachev, é muito importante negociar alguns passos para diminuir os riscos de confrontos militares entre a Rússia e os EUA em conflitos regionais e obrigações mútuas em caso de conflitos com países terceiros.

Cooperação econômica

Outro assunto é a cooperação econômica, que hoje em dia não corresponde evidentemente ao potencial dos ambos os países, escreve o político russo. "Neste sentido, o pragmático Rex Tillerson abre boas perspectivas para o aumento da cooperação", considera o senador.

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Ele destacou que para o desenvolvimento da cooperação entre os países o principal é a reconstrução da infraestrutura das relações bilaterais em algumas aéreas mais importantes como, por exemplo, na luta contra o terrorismo.

"Neste sentido é muito importante a renovação do pleno diálogo interparlamentar com os nossos colegas americanos, para o que nós estamos prontos, mesmo sabendo que ele não será fácil", adicionou Kosachev.

O senador russo frisa que a saída desta crise relacionada com sanções e confrontação apenas é possível por meio de uma comunicação direita e franca. Konstantin Kosachev espera muito do encontro no âmbito da Conferência de Segurança de Munique, marcada para os dias 17 e 19 de fevereiro, da qual participarão ambas as partes.

Durante a entrevista à Sputnik, Kosachev explicou que não foram previamente acordados encontros com os colegas americanos.

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