Com a ausência dos PMs, a segurança no Espírito Santo vem sendo mantida por Polícia Civil, Forças Armadas e Força Nacional, cujo contingente foi reforçado na última quarta-feira.
Também ontem, policiais civis realizaram uma pequena paralisação em homenagem a um colega morto em serviço e em apoio aos policiais militares, que, de acordo com o Sindipol, passam por problemas trabalhistas semelhantes aos dos civis. O sindicato está realizando uma assembleia nesta quinta-feira para decidir o que fazer diante do caos generalizado na segurança pública. Uma paralisação também na Polícia Civil não está descartada.
Apesar da presença de soldados das Forças Armadas pelas ruas do Espírito Santo, relatos de atos criminosos sendo cometidos por todo o estado seguem circulando pelas redes sociais e jornais, denunciando o pânico que vem sendo descrito por parte da população.
Jornalistas e emissoras são alvos de ataques e ameaças no Espírito Santo https://t.co/W8PcDERhuF pic.twitter.com/epn0J9joBd
— Folha de S.Paulo (@folha) 9 de fevereiro de 2017
Em meio ao caos generalizado, que já provocou a suspensão de uma série de serviços, fechamentos de lojas e outros problemas nas cidades capixabas, a circulação de ônibus foi interrompida em Vitória e na região metropolitana da capital nesta quinta-feira, após a morte do presidente do Sindicato dos Rodoviários de Guarapari, veículos incendiados e uma série de ameaças feitas por criminosos aos motoristas.
https://t.co/kQaIWqRu9e
— A Postagem (@a_postagem) 9 de fevereiro de 2017
BRASIL DE FATO: Sindicalista é morto a tiros e ônibus voltam às garagens no Espírito ...
Por conta dos problemas de deslocamento e da violência, o Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT) emitiu uma nota recomendando que os empregadores não exijam a presença de seus funcionários em seus postos de trabalho durante a crise. Segue abaixo a íntegra do documento:
O Ministério Público do Trabalho, com fundamento nos artigos 127 e 129 da Constituição Brasileira e no artigo 6.°, XX, da Lei Complementar n.º 75, de 20 de maio de 1993, considerando a notória crise de segurança pública por que passa o Estado do Espírito Santo e a falta de transporte público eficiente nos últimos dias, em nome dos direitos à vida, à dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho, recomenda, por meio da presente nota, que os empregadores, públicos ou privados, se abstenham de exigir a presença de seus empregados nos estabelecimentos e demais postos de trabalho sem a garantia de que lhes seja resguardada a integridade física e o transporte seguro até suas casas.
Vitória-ES, 8 de fevereiro de 2017.
Estanislau Tallon Bozi
Procurador-chefe