O milionário deu uma entrevista exclusiva à Sputnik Mundo em que contou seus planos.
Sputnik Mundo: Conte-nos como nasceu o seu interesse pela realização prática da ideia de renascimento da monarquia?
Anton Bakov: Pela idade, eu consegui receber uma carga completa de marxismo na cabeça, fiz o exame de comunismo científico, fui bolseiro de Lenin, mas a minha mente curiosa estava derivando do eurocomunismo até à social-democracia, na qual eu fiquei preso até à idade de 45 anos. Mesmo na União das Forças de Direita, bastante esquerdista, eu fui criticado pela minha orientação de esquerda. Depois de 2007, se tornou impossível participar da política russa. Eu tive tempo para minha autoeducação e criatividade. Durante os últimos 6 anos, eu criei a doutrina do monarquismo moderno e estou a aplicando na vida real.
A. B.: Falando com rigor, só há infraestrutura no Montenegro: o Ducado de Zeta com seu centro no Castelo Pandurica, 96 hectares de terra, estradas, etc. Em outros países, incluindo Kiribati, estamos em fase de negociação. Eu me encontrei com os primeiros-ministros da Macedônia e de Antígua e Barbuda e com o presidente-ditador da Gâmbia. Há uma estranha coincidência: aqueles que nos rejeitam, incluindo o primeiro-ministro montenegrino Djukanovic, que recusou uma reunião comigo, rapidamente perdem seus postos.
S. M.: Será que você estudou a experiência de outros Estados virtuais ou os tenha visitado? O que você acha sobre a iniciativa "Ilha flutuante na Polinésia Francesa", que aspira a criar uma zona livre com sua própria jurisdição em uma ilha flutuante (https://www.seasteading.org/)? O que distingue o seu projeto de outras ideias semelhantes?
A. B.: Meu filho mais velho Ilia se corresponde com Patri Friedman. Eles são bons rapazes, mas totalmente sem experiência política. Minha versão de monarquismo inclui várias promessas libertárias e me é mais próxima.
S. M.: O que acham as autoridades dos países das suas ideias? Você recebe apoio dos governos locais? Como veem seus projetos os moradores locais?
A. B.: Nos Bálcãs, encontrei o nacionalismo estúpido rural. Eu não choro pelo pan-eslavismo, mas esses caras não estão nada gratos aos Romanov, que criaram, alimentaram e cuidaram de seus jovens Estados. Às vezes, as autoridades são tão fechadas que nós nem conseguimos alcançar o nível de ministro, às vezes, as autoridades são tão estúpidas que é impossível chegar a um compromisso. Os moradores do Montenegro nos apoiaram, mas para quê?
S. M.: A que situação "ideal" você gostaria de chegar nos projetos do Montenegro e de Kiribati? Qual deverá ser o "quadro final" e o que fará a "Rússia alternativa" quando for criada e se tornar mais forte?
A. B.: Nós desejamos apagar o intervalo entre empresas comerciais, organizações sociais e Estados, em primeiro lugar, para aumentar a eficácia destes últimos. O império dos Romanov agirá como incubadora de tais estruturas em todos os continentes.
S. M.: Como participa dos seus projetos Nicholau III e, se não for segredo, que "expectativas" ele tem da vossa iniciativa? Como vê ele o seu trabalho como monarca?
A. B.: Eu recebi do imperador um enorme crédito de confiança, o que ainda estou devolvendo de forma muito ruim. No caso de eu ter novos fracassos, a política do Imperador será realizada por outro governo. O monarca é o nosso símbolo e bandeira, ele não é responsável pelos meus erros.
S. M.: Quais são as suas relações com o outro ramo dos herdeiros do trono imperial — a Casa Imperial da Rússia, bem como com a Casa de Karadjordjevitch como o terceiro ramo hipotético da sucessão ao trono da Rússia?
A. B.: Eu não tenho e não posso ter nenhuma relação com eles. Os laços com seus parentes são mantidos pelo próprio Imperador. Tanto quanto eu vejo, as relações com Maria Vladimirovna e com a dinastia sérvia são muito calorosas e próximas.
S. M.: Será que você aspira a obter o reconhecimento da "Rússia alternativa" pela comunidade internacional? Será que o projeto do renascimento completo da monarquia na Rússia encontra respostas por parte de dinastias estrangeiras, elas estão interessadas neles? Você tem falado com eles e será que eles estão dispostos a apoiar o projeto?
A. B.: Estamos aspirando a obter o reconhecimento do Império dos Romanov e do estatuto internacional de Sua Majestade Imperial. Mas por enquanto nem sequer falamos de um renascimento da monarquia na Rússia, estamos apenas falando do renascimento da dinastia Romanov. Para mim, por exemplo, este é simplesmente um dever e a lealdade ao juramento de 1613.
S. M.: O jornal The Guardian citou Emil Schutz, que está em contato com o senhor neste projeto, o qual disse que o "renascimento da monarquia não é sua motivação principal". Então, qual é ela: o desejo de fazer algo diferente e surpreender o mundo, o desejo de ter uma ilha privada no Oceano Pacífico ou o desejo de servir pelo bem da ideia monárquica na Rússia?
A. B.: Schutz é um político, membro do Parlamento e ele tem seu próprio ponto de vista. Eu tenho o meu. Eu quero realizar um projeto muito invulgar, que vai surpreender o mundo, mas a surpresa não é um objetivo em si, mas um resultado colateral da realização da minha ideia genial de reformar os estados modernos.