Após este encontro, Mattis seguirá para a Alemanha, onde participará da Conferência de Segurança anual em Munique entre 17 e 19 de fevereiro, sendo que lá ele terá reuniões com seus homólogos de outras grandes nações de todo o mundo, comunicou o Departamento de Defesa na sexta-feira passada (10)
Mattis planeja enfatizar o empenho contínuo do governo dos EUA na aliança da OTAN e na luta conta os jihadistas, diz-se no comunicado.
Durante sua campanha eleitoral que durou cerca de um ano e meio, o 45º presidente dos EUA afirmou muitas vezes sua determinação de destruir o Daesh, por isso a postura da nova administração nesse respeito não se põe em questão.
Aliados da OTAN alarmados com críticas de Trump
Durante sua campanha, Trump reiterou sua atitude crítica em relação à OTAN, chamando-a de "ultrapassada" e deixando em dúvida o compromisso dos EUA quanto à Aliança.
O presidente insistiu que os principais aliados dos EUA, como a Alemanha, devem dar uma maior contribuição financeira no que se trata da segurança europeia e desempenhar um papel militar muito maior no seu continente do que tem acontecido ao longo dos 28 anos após o colapso da União Soviética.
Na sexta-feira (10), a ministra da Defesa alemã Ursula von der Leyen se encontrou com Mattis e os representantes do Departamento de Defesa norte-americano, reconhecendo depois que os apelos dos EUA são justificados.
"Considero esta exigência como justa", disse a ministra, citada pelo jornal Handelsblatt.
Escrutínio público em relação à viagem europeia de Mattis
Os comentários públicos de Mattis tanto em Bruxelas como em Munique serão estudados de maneira escrupulosa para entender se ele continua comprometido com a OTAN, inclusive no que se trata da defesa das repúblicas ex-soviéticas da Letônia, Lituânia e Estônia, que aderiram ao bloco na presidência de George W. Bush.
Bush, bem como seu sucessor Barack Obama, aumentavam constantemente o apoio militar aos países não membros da Aliança e ex-repúblicas da URSS, tais como a Geórgia e a Ucrânia.
É por isso que as ações de Mattis serão publicamente analisadas — para entender se ele está disposto a desacelerar, congelar, reverter ou continuar essa política na parte leste da Europa.
Comentários de Mattis podem dar esperança a falcões russófobos
Os chamados falcões norte-americanos esperam que Mattis possa persuadir Trump de continuar a política expansionista na Europa que ele herdou dos seus três antecessores — Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama.
Porém, Mattis faz parte da administração de Trump e é obrigado a implementar a política do presidente.
Até agora, não se sabe se ele estará disposto ou será capaz de incentivar qualquer tentativa apoiada pelos neoconservadores e intervencionistas liberais no Congresso de desestabilizar ou bloquear os esforços de Trump para reduzir as tensões no coração europeu.
Conferência de Munique: palco usado por Putin para lançar alerta profético
Em 2007, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, aproveitou esta conferência como plataforma para fazer um primeiro aviso sobre o perigo dos EUA e seus aliados tentarem impor seus sistemas e padrões políticos a outras nações.
Planeja-se que o novo secretário de Estado, ex-presidente da empresa Exxon-Mobil, Rex Tillerson, também participe do evento.