Olhos pregados no 'cão furioso': novo chefe do Pentágono viaja a Europa

© AP Photo / Matt DunhamGeneral aposentado da Infantaria da Marinha a candidato ao posto de Secretário de Defesa norte-americano, James Mattis
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Nesta quinta-feira (16), o secretário da Defesa norte-americano, James Mattis, parte para a Europa pela primeira vez após assumir suas funções, com o fim de atender à reunião dos ministros da Defesa dos países-membros da OTAN em Bruxelas.

Após este encontro, Mattis seguirá para a Alemanha, onde participará da Conferência de Segurança anual em Munique entre 17 e 19 de fevereiro, sendo que lá ele terá reuniões com seus homólogos de outras grandes nações de todo o mundo, comunicou o Departamento de Defesa na sexta-feira passada (10)

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Ainda em Bruxelas, Mattis também receberá uma reunião de ministros dos países que fazem parte da coalizão internacional de combate ao Daesh.

Mattis planeja enfatizar o empenho contínuo do governo dos EUA na aliança da OTAN e na luta conta os jihadistas, diz-se no comunicado.

Durante sua campanha eleitoral que durou cerca de um ano e meio, o 45º presidente dos EUA afirmou muitas vezes sua determinação de destruir o Daesh, por isso a postura da nova administração nesse respeito não se põe em questão.

Aliados da OTAN alarmados com críticas de Trump

Durante sua campanha, Trump reiterou sua atitude crítica em relação à OTAN, chamando-a de "ultrapassada" e deixando em dúvida o compromisso dos EUA quanto à Aliança.

O presidente insistiu que os principais aliados dos EUA, como a Alemanha, devem dar uma maior contribuição financeira no que se trata da segurança europeia e desempenhar um papel militar muito maior no seu continente do que tem acontecido ao longo dos 28 anos após o colapso da União Soviética.

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Os líderes europeus têm tentado tranquilizar Trump e Mattis, afirmando que eles estão dispostos a carregar um maior fardo financeiro, mas não chegaram a propor quaisquer compromissos concretos.

Na sexta-feira (10), a ministra da Defesa alemã Ursula von der Leyen se encontrou com Mattis e os representantes do Departamento de Defesa norte-americano, reconhecendo depois que os apelos dos EUA são justificados.

"Considero esta exigência como justa", disse a ministra, citada pelo jornal Handelsblatt.

Escrutínio público em relação à viagem europeia de Mattis

Os comentários públicos de Mattis tanto em Bruxelas como em Munique serão estudados de maneira escrupulosa para entender se ele continua comprometido com a OTAN, inclusive no que se trata da defesa das repúblicas ex-soviéticas da Letônia, Lituânia e Estônia, que aderiram ao bloco na presidência de George W. Bush.

Bush, bem como seu sucessor Barack Obama, aumentavam constantemente o apoio militar aos países não membros da Aliança e ex-repúblicas da URSS, tais como a Geórgia e a Ucrânia.

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Estes passos provocaram preocupações por parte da Rússia de que a OTAN, que foi fundada em 1949 como um bloco de defesa, estaria agora envolvida em uma política de expansão sem limites e "absorção" de outros países leste-europeus. Esta política atingiu seu auge na última cúpula da OTAN em Varsóvia, na Polônia, em julho de 2016.

É por isso que as ações de Mattis serão publicamente analisadas — para entender se ele está disposto a desacelerar, congelar, reverter ou continuar essa política na parte leste da Europa.

Comentários de Mattis podem dar esperança a falcões russófobos

Os chamados falcões norte-americanos esperam que Mattis possa persuadir Trump de continuar a política expansionista na Europa que ele herdou dos seus três antecessores — Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama.

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Durante as suas audições perante o Comitê dos Serviços Armados do Senado norte-americano e nos seus comentários posteriores, Mattis mostrou ser muito mais um típico falcão do que Trump, especialmente no que se trata da Rússia.

Porém, Mattis faz parte da administração de Trump e é obrigado a implementar a política do presidente.

Até agora, não se sabe se ele estará disposto ou será capaz de incentivar qualquer tentativa apoiada pelos neoconservadores e intervencionistas liberais no Congresso de desestabilizar ou bloquear os esforços de Trump para reduzir as tensões no coração europeu.

Conferência de Munique: palco usado por Putin para lançar alerta profético

Em 2007, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, aproveitou esta conferência como plataforma para fazer um primeiro aviso sobre o perigo dos EUA e seus aliados tentarem impor seus sistemas e padrões políticos a outras nações.

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Este ano, o enviado especial russo junto à OTAN, Aleksander Grushko, disse que não se descarta a hipótese de um encontro entre o chanceler russo Sergei Lavrov e o secretário-geral do bloco militar Jens Stoltenberg às margens da conferência.

Planeja-se que o novo secretário de Estado, ex-presidente da empresa Exxon-Mobil, Rex Tillerson, também participe do evento.

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