Na quarta-feira (15), um alto representante da Casa Branca comunicou aos jornalistas que a nova administração dos EUA, ao contrário da anterior, não irá insistir na solução do conflito palestino-israelense com base no conceito "solução de dois Estados".
Lukianov recordou que, no início de fevereiro, os EUA vetaram a candidatura do novo representante especial para a Líbia – o ex-primeiro-ministro palestino Salam Fayyad. Segundo ele, o fato de os EUA terem se manifestado contra o palestino, significa que o país "leva em consideração a opinião de Israel" e que, o mais provavelmente, "Israel receberá estatuto de aliado dos EUA".
Considerando que a equipe de Trump se orienta mais para os interesses de Israel, ao invés da Palestina, trata-se de "um fator desestabilizador, pois se questionam todos os acordos alcançados entre a Palestina e a comunidade internacional nos últimos anos", opina o especialista.
Por sua vez, Tatiana Karasova, chefe do departamento de estudos de Israel e comunidades judias do Instituto do Oriente da Academia de Ciências da Rússia, "Trump já deu a entender que a nova administração respeitará realidades do Oriente Médio e a situação internacional".
No entanto, Karasova adverte que, em véspera da visita, o próprio Netanyahu falou "ser preciso tratar com maior cuidado as promessas eleitorais ou comentários do novo presidente dos EUA".
O conceito de uma "solução de dois Estados" para o conflito em curso entre israelenses e palestinos estipula a criação de "dois estados para dois grupos de pessoas". A maioria da comunidade internacional concorda há décadas que esta é a única forma realista de pôr fim ao conflito. A expansão de assentamentos de Israel nos territórios palestinos dificulta a realização do plano, algo que já foi duramente criticado pelo Conselho de Segurança da ONU.