O especialista de energia ucraniano, Dmitry Marunich, avisou que o país poderá enfrentar apagões, não daqui a alguns anos, mas daqui a algumas semanas.
Entretanto, o ministro declarou, em entrevista ao canal de televisão ICTV, que Kiev se recusa a importar suprimentos de eletricidade da Rússia.
"Estou seguro que importação de eletricidade russa não deva nem ao menos ser considerada, pois não a queremos", disse o ministro. "Vamos fazer tudo o que possível para evitar essa opção", acrescentou.
A importação de suprimentos de eletricidade russos pela Ucrânia foi interrompida no dia 1º de janeiro de 2016.
Na segunda-feira (13), o Ministério da Energia da Rússia confirmou que a Ucrânia não pediu à Rússia para fornecer suprimentos de eletricidade urgentes devido à falta de carvão.
Além disso, segundo o diretor da empresa nacional ucraniana Ukrenergo, Vsevolod Kovalchuk, o estado de emergência "irá afetar o território inteiro da Ucrânia, não incluindo algumas 'ilhas energéticas' que funcionam sem conexão com a rede principal".
Mais cedo, o ministro da Energia da Ucrânia, Igor Nasalik, explicou que, apesar do transporte de carvão dos territórios separados, Kiev possui somente duas opções. "Não podemos receber carvão da África do Sul, pois é vendido até abril. Então, temos duas opções: importar carvão ou gás das usinas de gás e petróleo da Rússia", disse.
Há também riscos ligados às usinas nucleares da Ucrânia. Segundo o especialista, caso a eletricidade seja cortada, será emitido amoníaco para o ar, que se transformará em nuvem. Assim aqueles que não conseguirem escapar, morrerão.
De acordo com ele, se a Ucrânia não chegar a um acordo com a Rússia, as consequências serão gravíssimas para a economia ucraniana. A energia das casas será cortada, além de serviços hídricos e há grande possibilidade de explosão das fábricas nucleares pela falta de funcionamento das mesmas, disse Marunich.
Além disso, o especialista apontou que exista um risco para usinas nucleares da Ucrânia. "Usinas nucleares não podem funcionar sem fonte de energia externa, então existe uma possibilidade de serem interrompidas por um tempo. Cortes de energia podem provocar acidentes sérios, por isso bastante tempo será necessário para interrompê-las. Mas espero que não cheguemos a este ponto."
Falta de eletricidade provoca falta de aquecimento, Marunich destacou que "o objetivo principal é manter as casas aquecidas até o fim do inverno. Um déficit de eletricidade pode afetar aquecimento de edifícios, mas até que haja gás nas centrais eléctricas, gás que continua a circular pelos gasodutos, os riscos serão pequenos".