Informações fornecidas pelo serviço de imprensa do COB dão conta de que o comitê já está buscando um novo plano comercial para o esporte olímpico a fim de garantir o sucesso da delegação brasileira no Japão.
"As primeiras categorias que serão abertas para negociação são: material esportivo, banco e telefonia. O objetivo do COB é fechar estes três patrocinadores oficiais ainda em 2017", disseram os assessores ao site.
Em entrevista à Sputnik nesta quinta-feira, 16, o advogado Pedro Trengrouse, coordenador do curso de Aperfeiçoamento em Gestão de Esportes da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explicou que o Brasil sempre sofreu com problema de patrocínio para o esporte olímpico. Segundo ele, as atividades olímpicas sempre foram muito dependentes de investimentos do governo, investimentos que, por problemas de gestão, foram e continuam sendo feitos de maneira errada.
"A resposta é simples: o dinheiro está no lugar errado, o dinheiro não chega ao atleta", disse o especialista, lembrando que o COB recebeu mais de 1 bilhão de reais do poder público nos últimos ciclos.
"Quando se olha para o Rio de Janeiro, que recebeu Jogos Pan-americanos, Jogos Olímpicos, Copa das Confederações, Copa do Mundo, Jogos Paralímpicos, hoje, não tem estádio para o Campeonato Carioca [de futebol]", afirmou. "Então, falar de legado nessa situação parece piada", acrescentou.
Ao ser questionado sobre o fim desses três grandes patrocínios privados, o COB informou à Máquina do Esporte que, "assim como os outros setores da sociedade, o esporte também vive os efeitos da crise econômica" que atinge o Brasil. No entanto, de acordo com o advogado ouvido pela Sputnik, por mais que a crise tenha, sim, influência sobre essa questão, ela não pode ser utilizada como justificativa única para a falta de patrocinadores.
"É falta também de uma política mais inteligente de busca de patrocínio por parte das organizações desportivas. O esporte ainda vive no modelo da televisão, onde o patrocínio ganha visibilidade. Precisamos evoluir, para que o esporte seja realmente um veículo para melhorar os negócios dos patrocinadores", explicou.